UGT preocupada com previsões do FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa a previsão para o crescimento económico português, de 1,8 para 1,3 por cento, segundo o Relatório de Previsões Económicas Mundiais hoje divulgado.
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa a previsão para o crescimento económico português, de 1,8 para 1,3 por cento, segundo o Relatório de Previsões Económicas Mundiais hoje divulgado.
"A revisão em baixa da economia portuguesa preocupa-nos muito porque vai ter efeitos no emprego e no desemprego e no bem-estar das pessoas", disse à agência Lusa a dirigente da UGT Paula Bernardo.
A sindicalista lembrou que o Governo manteve a sua previsão de um crescimento económico de 2,2 por cento e manifestou esperança de que isso aconteça porque venham a ser aplicadas "políticas viradas para o crescimento e o emprego".
A previsão do FMI de crescimento de 1,3 por cento para 2008 é menos optimista do que a de outras organizações internacionais e do que a do Governo: o Executivo de Sócrates espera que Portugal cresça 2,2 por cento; o Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimentos Económicos (OCDE) antecipam uma expansão de 2,0 por cento.
No entanto, o FMI prevê que a economia portuguesa acelere muito ligeiramente em 2009, com o Produto Interno Bruto a crescer 1,4 por cento, enquanto a Zona Euro só deverá crescer 1,2 por cento.
Para Paula Bernardo, o crescimento previsto para 2009 "é um valor muito reduzido para ter impacto no crescimento do mercado de trabalho".
"Um crescimento económico abaixo dos dois por cento não se vai traduzir em mais emprego" disse a sindicalista.
A dirigente da UGT defendeu ainda a importância de aumentar o consumo privado (que depende do aumento dos salários), para fazer crescer de forma significativa a economia, o que faria descer o desemprego. O FMI reviu em alta a previsão de taxa de desemprego portuguesa para os 7,6 por cento em 2008.
As previsões anteriores do Fundo, de Outubro último, apontavam para uma taxa de desemprego de 7,1 por cento em 2008, pelo que a revisão agora feita corresponde a uma subida de 0,5 pontos percentuais. Portugal deve ter este ano uma taxa de desemprego superior à medida da Zona Euro (7,3 por cento), completando dois anos consecutivos de taxas acima dos parceiros da moeda única.
Os dados do FMI mostram ainda que a instituição espera que a taxa de inflação portuguesa se mantenha nos 2,4 por cento este ano e que baixe para 2,0 por cento em 2009 (sem alterações face ao previsto em Outubro).
No entanto, o Banco de Portugal antecipa que a economia portuguesa cresça a um ritmo superior ao da Zona Euro este ano.
Na terça-feira, o governador do Banco de Portugal admitiu que a instituição vai rever em baixa a previsão para o crescimento português.