Empresa que vai renovar Mercado do Bolhão quer atrair novos públicos
"O novo espaço irá caracterizar-se por elevados padrões de qualidade que garantirão a fidelização dos frequentadores/utilizadores, alargando, ao mesmo tempo, o espectro populacional potencial", afirma, em comunicado, a TramCroNe.
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"O novo espaço irá caracterizar-se por elevados padrões de qualidade que garantirão a fidelização dos frequentadores/utilizadores, alargando, ao mesmo tempo, o espectro populacional potencial", afirma, em comunicado, a TramCroNe.
Segundo refere, pretende-se que a reabilitação do mercado do Bolhão funcione como catalisador dinâmico para a própria reabilitação e revitalização da baixa portuense e de toda a área envolvente.
A TramCroNe adianta que, desde o início, pretendeu levar a cabo uma requalificação urbana que "respeitasse as características arquitectónicas do edifício e mantivesse e conciliasse o mercado tradicional com os seus comerciantes com uma estrutura moderna que assegurasse o aparecimento de novos clientes".
A requalificação do edifício demorará dois anos e o "novo" Mercado do Bolhão vai manter a traça original e partilhar a área comercial tradicional com novas lojas, cerca de metade das quais de cultura, lazer e restauração.
A Tramcrone vai construir dois pisos subterrâneos para cargas e descargas e estacionamento, com capacidade para 216 automóveis, e um piso intermédio entre os dois actuais pisos comerciais.
A restauração e o comércio tradicional vão ficar instalados no segundo piso, com entrada pela Rua Fernandes Tomás, a céu aberto, mas com cobertura amovível "para os dias de maior invernia".
Os pisos zero e um, ambos cobertos, vão receber lojas "âncora" e de conveniência.
Nos torreões do edifício vão ser criadas pequenas habitações complementares ou serviços compatíveis, designadamente para utilização pelos comerciantes.
A Câmara do Porto vai ceder o edifício em direito de superfície por 50 anos, recebendo um milhão de euros no momento da emissão da licença de construção e uma percentagem dos resultados de exploração a partir do décimo ano.
"Esta abrangência da revitalização, com novos espaços comerciais (supermercado, farmácia, produtos para o lar), restauração, para além do mercado tradicional – complementada por estacionamento subterrâneo com conexões do mercado aos transportes públicos existentes – visa também privilegiar a mobilidade pedonal e incrementar os fluxos de tráfego na baixa, melhorando as acessibilidades ao conjunto de serviços existentes", refere a empresa.
O executivo da Câmara do Porto aprovou terça-feira o contrato de concepção, construção e exploração da renovação do Mercado do Bolhão.
A proposta foi apenas aprovada pela maioria PSD/CDS-PP.
Antes que as obras de requalificação do mercado tenham início é ainda necessário que o projecto de execução seja elaborado e aprovado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar).
Enquanto decorrerem as obras, os actuais comerciantes vão poder exercer a sua actividade de comércio tradicional num local ainda não definido, e que será "tão próximo quanto possível do Mercado do Bolhão".