UE prepara acordo de livre comércio e investimento com a Índia

A eventual conclusão das negociações para o acordo de livre comércio e investimento deverá ser um dos factos marcantes da VIII Cimeira entre a União Europeia e a Índia - a primeira cimeira realizou em 2000, durante a última presidência portuguesa da UE.

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A eventual conclusão das negociações para o acordo de livre comércio e investimento deverá ser um dos factos marcantes da VIII Cimeira entre a União Europeia e a Índia - a primeira cimeira realizou em 2000, durante a última presidência portuguesa da UE.

De acordo com dados dos executivos de Bruxelas e de Nova Deli, União Europeia e Índia trocam anualmente 47 mil milhões de euros em bens e dez mil milhões de euros em serviços, esperando-se que o acordo de livre comércio, proposto na agenda da cimeira, possa aproximar os dois blocos do seu potencial máximo ao nível de transacções comerciais e financeiras.

Segundo fonte diplomática, a área económica "será preponderante" na cimeira entre União Europeia e Índia, que se reconhecem como parceiros estratégicos desde 2004.

Na área política, a mesma fonte adiantou à agência Lusa que as delegações europeia e indiana "pretendem dar um novo impulso às relações bilaterais".

"Na agenda da cimeira, estará seguramente a análise à situação entre a Índia e o Paquistão, a cooperação na luta contra o terrorismo (a principal prioridade do Governo de Nova Deli nesta área), o programa nuclear do Irão e o combate às alterações climáticas", referiu fonte do executivo de Lisboa.

As delegações da União Europeia e do Governo de Nova Deli deverão ainda abordar questões como a cooperação nas áreas científica e tecnológica, na educação e saúde.

No primeiro ponto do programa, ainda antes do começo da cimeira, o presidente em exercício da UE depõe uma coroa de flores no memorial a Mahatma Gandhi.

Após a cimeira, que tem uma duração prevista de duas horas, Sócrates e Durão Barroso estarão num almoço oferecido pelo chefe do Governo da Índia e encontram-se depois com a Presidente da República, Pratibha Devisingh Patil.

A cimeira irá servir também para encontros empresariais no país, encontrando-se na Índia cerca de 600 investidores de Estados-membros europeus, 30 dos quais portugueses.

O objectivo desta cimeira empresarial "é favorecer a troca de experiências e o cruzamento de informações, tendo em vista potencial as relações económicas", acrescentou a mesmo fonte.

Sócrates visita, como primeiro-ministro, a Índia

Terminada a cimeira entre União Europeia e o Governo de Nova Deli, José Sócrates inicia no final de amanhã e durante o dia de sábado uma visita oficial à Índia - a primeira de um chefe do Governo português.

Também ao nível bilateral, a principal prioridade do Governo de Lisboa é aumentar as relações económicas com a Índia, através de um incremento das exportações nacionais para um mercado com 1100 milhões de habitantes.

O Governo português pretende ainda captar investimentos de multinacionais indianas para Portugal e tentar remover obstáculos para a entrada de investidores nacionais no mercado indiano.

Na visita bilateral, José Sócrates estará acompanhado pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, pelos secretários de Estado João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros) e Laurentino Dias (Desporto), sendo também provável a presença do ministro da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago.

Com a visita à Índia, o primeiro-ministro completa o seu ciclo de viagens às chamadas potências emergentes na economia mundial, casos do Brasil, Rússia, Índia, China e Angola - uma das principais prioridades da política externa nacional.