Fluxos migratórios podem ajudar na luta contra a pobreza global

Foto
O estudo foi divulgado hoje em Berlim Hugo Delgado/PÚBLICO (arquivo)

No entanto, o documento da OCDE sublinha que para que isso seja possível é necessário que se ponham em prática - tanto nos países de origem como nos países de destino - "políticas que potenciem os efeitos benéficos do fenómeno e minimizem os negativos".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

No entanto, o documento da OCDE sublinha que para que isso seja possível é necessário que se ponham em prática - tanto nos países de origem como nos países de destino - "políticas que potenciem os efeitos benéficos do fenómeno e minimizem os negativos".

O estudo recomenda aos Estados-membros da OCDE que procurem soluções que permitam reduzir o efeito "da fuga de cérebros" na economia dos países mais pobres, assim como a criação de medidas que intensifiquem o contacto dos imigrantes com baixos níveis de qualificação com os respectivos países de origem.

A atribuição de um visto de entrada múltipla e a implementação de medidas que facilitem o envio de remessas para os países de origem são também algumas das medidas sugeridas pela OCDE.

O organismo lembra que enquanto a migração de trabalhadores com baixas qualificações tem um grande impacto na luta contra a pobreza nos países de origem, a fuga de quadros qualificados prejudica os mesmos.

De acordo com a OCDE, a maioria dos trabalhadores de baixa qualificação que emigram para os países da OCDE são oriundos de países considerados "de salários médios" - especialmente da América Latina, Europa de Leste e Ásia Central -, enquanto que só uma pequena percentagem provém dos países mais pobres da África Subsariana e do Sul da Ásia.

Por outro lado, indica o mesmo documento, as migrações de trabalhadores qualificados representam "um problema endémico" dos países mais pobres.

A divulgação de "oportunidades de trabalho" e canais legais de imigração, bem como a promoção da formação profissional e linguística dos potenciais imigrantes, foram algumas das decisões que saíram da primeira Reunião Ministerial da Parceria Euro-Mediterrânica sobre migrações, que se realizou recentemente no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia.

Sobre o desenvolvimento da margem Sul do Mediterrâneo, foram ainda anunciadas diversas medidas com o objectivo de "criar um ambiente de desenvolvimento sustentado", entre as quais a criação de um site para facilitar as remessas de imigrantes e incentivos à criação de mecanismos, serviços e produtos financeiros no âmbito do microcrédito, entre outros.