UE promete confrontar Mugabe com "mensagem muito firme" na cimeira de Lisboa
O envio do observador, solicitado pelo Reino Unido, foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, esta tarde em Bruxelas, durante a qual foi discutida a preparação da cimeira UE-África, marcada para 8 e 9 de Dezembro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O envio do observador, solicitado pelo Reino Unido, foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, esta tarde em Bruxelas, durante a qual foi discutida a preparação da cimeira UE-África, marcada para 8 e 9 de Dezembro.
"O enviado à região, e não apenas ao Zimbabwe, terá por missão avaliar a situação no terreno, há desenvolvimentos que se têm verificado nos últimos meses, designadamente no âmbito das negociações intermediadas pela África do Sul", afirmou Luís Amado, no final do encontro.
O chefe da diplomacia portuguesa adiantou que a avaliação será transmitira não só à presidência portuguesa, mas também aos “Estados interessados em conhecer esse relatório”.
Amado adiantou ainda que, caso o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, decida participar na cimeira, "a UE terá que lhe dirigir uma mensagem muito firme e muito clara relativamente à forma como encara o desenvolvimento da situação no seu país".
A garantia surge em resposta às preocupações de vários países preocupados com o desrespeito dos direitos humanos e a perseguição política aos opositores movida por Mugabe, cuja vinda a Lisboa levará o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, a boicotar a cimeira.
Amado acrescentou que durante a reunião apresentou aos seus homólogos "os trabalhos preparatórios da cimeira", nomeadamente a agenda da reunião que irá juntar pela segunda vez líderes europeus e africanos. Segundo o ministro, a ordem de trabalhos é “muito substantiva” e “justifica plenamente” a reunião que a presidência portuguesa elegeu como uma das suas bandeiras.
A cimeira – para a qual foram convidados 80 chefes de Estado e de Governo dos dois continentes – terá lugar sete anos depois da primeira, que decorreu no Cairo durante a segunda presidência portuguesa da UE.