Primeiro fundo de investimento imobiliário português aprovado pela CMVM

Numa informação divulgada pela Floresta Atlântica - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, é avançado que a Caixa Geral de Depósitos, o Crédito Agrícola SGSP, o BES e a Orey Finantial SGPS são os parceiros privados a que se acrescenta o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), com capitais públicos.

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Numa informação divulgada pela Floresta Atlântica - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, é avançado que a Caixa Geral de Depósitos, o Crédito Agrícola SGSP, o BES e a Orey Finantial SGPS são os parceiros privados a que se acrescenta o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), com capitais públicos.

O Primeiro Fundo Floresta Atlântica é fechado, tem uma duração de 10 anos, prorrogável, e um montante a subscrever de 20 milhões de euros.

Este projecto vem no seguimento de uma iniciativa do ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, que, há dois anos, em Julho de 2005, apresentou três tipos de fundos para apoiar as empresas agrícolas e florestais e aumentar a sua competitividade.

O objectivo daqueles instrumentos de engenharia financeira, integrados no programa AGRO, seria contribuir para a dinamização, inovação, redimensionamento ou internacionalização das unidades agrícolas, com destaque para a área florestal.

O governo anunciou, na altura, que disponibilizaria 47 milhões de euros para ajudar estes fundos, com destaque para a área florestal, uma das prioridades do executivo de José Sócrates.

As três novas formas para incentivar o investimento de privados no sector agro-florestal eram o Fundo de Investimento Imobiliário Florestal, a Sociedade de Garantia Mútua e o Fundo de Capital de Risco. Hoje, a Floresta Atlântica anuncia ter recebido a aprovação da CMVM a 18 de Outubro.

O Fundo Floresta Atlântica vai privilegiar o investimento em florestas de pinheiro bravo e espécies folhosas, resistentes ao fogo e produtoras de madeira de qualidade, mas realça a complementariedade com actividades como o turismo da natureza e cultural, a caça e a produção de outros recursos silvestres, "numa perspectiva de uso multifuncional dos ecossistemas florestais".

Em termos geográficos, a preferência irá para o Centro e Norte do país.

O capital angariado através da emissão de Unidades de Participação vai permitir ao Fundo a aquisição de prédios rústicos (propriedades) ou de direitos de utilização, para constituir unidades de exploração florestal com a dimensão necessária à viabilidade económica e ambiental, permitindo a sua exploração sustentável, defende a Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário Floresta Atlântica.

O objectivo das entidades que avançaram com o projecto é "dar início a uma experiência inovadora que, através do seu efeito de demonstração, possa contribuir para novas iniciativas na utilização de Fundos de Investimento na área florestal".

Tal como Jaime Silva dizia na apresentação deste instrumento financeiro, pretende-se promover a sua utilização na resolução dos principais problemas que afectam o investimento na floresta nacional como a fragmentação da propriedade, a combinação desvantajosa de rentabilidade esperada, risco e liquidez do investimento e ausência de uma gestão profissional.

A Floresta Atlântica refere ainda que, atendendo ao perfil de risco da floresta nacional e à fase experimental em que ainda se situa este tipo de investimento, o Fundo, apesar de maioritariamente detido por privados, com 56 por cento das Unidades de Participação, "beneficia do apoio de capitais públicos, nacionais e comunitários, detidos pelo IFAP".

Este apoio público traduz-se pela redistribuição pelos participantes privados da remuneração atribuída às Unidades de Participação detidas pelo IFAP e pelo estabelecimento de privilégios de reembolso na liquidação do Fundo aos detentores privados de capital, "garantindo na maturidade 50 por cento do valor investido".

Como afirma a informação, o objectivo é "criar uma combinação rendibilidade/risco incentivadora para os investidores privados, numa área de investimento inovadora".