Prémio Nobel da Literatura para Doris Lessing
Lessing começou por dedicar-se, na sua ficção, aos temas do comunismo, com "A boa terrorista" ou "Filhos da violência", por exemplo, para se dedicar depois a uma surpreendente ficção científica, ou espacial, com exemplares como "Formação do Representante do Planeta 8". A sua obra está publicada em Portugal em várias editoras, sendo uma das mais populares escritoras, em paralelo com nomes como Marguerite Yourcenar.
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Lessing começou por dedicar-se, na sua ficção, aos temas do comunismo, com "A boa terrorista" ou "Filhos da violência", por exemplo, para se dedicar depois a uma surpreendente ficção científica, ou espacial, com exemplares como "Formação do Representante do Planeta 8". A sua obra está publicada em Portugal em várias editoras, sendo uma das mais populares escritoras, em paralelo com nomes como Marguerite Yourcenar.
Trata-se de uma das “decisões mais pensadas que já tomamos”, disse o director da Academia, Horace Engdahl, depois de dar a conhecer o veredicto.
A autora esteve entre as favoritas ao Nobel durante décadas, ainda que nos últimos tempos fosse menos referida, precisamente pelo largo número de anos que passaram.
A sua antecessora foi a austríaca Elfriede Jelinek, em 2004, e a primeira mulher a receber este prémio foi sueca Selma Laggerlöf, em 1909.
Doris Lessing nasceu a 22 de Outubro de 1919 em Kermanshah, actual Irão. Filha de pais britânicos, um antigo oficial do exército e uma enfermeira, foi criada no Zimbabwe, pelo que plasmou na sua obra muita da sua experiência autobiográfica em África. As referências ao continente são especialmente visíveis na sua obra “A erva canta” (1950).
Depois de sair da escola em Inglaterra, aos 14 anos, trabalhou como babysitter, telefonista e, entre outras coisas, jornalista.
No entanto, foi com “O caderno dourado” (1962) que ficou conhecida internacionalmente, fama essa que consolidou, mais tarde, com vários livros relacionados com a temática africana, como “Histórias africanas” (1964).
O compromisso político da galardoada levou-a a tecer críticas abertas aos governos racistas da Zâmbia e da África do Sul, pelo que ficou impedida de entrar nos mesmos. Foi, também, militante do Partido Comunista Britânico, entre 1952 e 1956, e participou em campanhas contra as armas nucleares. A sua última obra foi publicada este ano e chama-se “The cleft”.