Pico máximo de crescimento na Europa já deve ter ficado para trás

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Segundo Bruxelas, a economia dos 13 países da eurolândia deverá crescer este ano 2,5 por cento, em vez dos 2,6 por cento avançados nas previsões de Maio passado. Já nos Vinte e Sete países da UE, o crescimento será de 2,8 por cento, contra 2,9 por cento previstos há quatro meses.

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Segundo Bruxelas, a economia dos 13 países da eurolândia deverá crescer este ano 2,5 por cento, em vez dos 2,6 por cento avançados nas previsões de Maio passado. Já nos Vinte e Sete países da UE, o crescimento será de 2,8 por cento, contra 2,9 por cento previstos há quatro meses.

Por seu lado, no caso da inflação, a Comissão mantém a previsão de 2,2 por cento avançada em Maio para a UE, mas sobe uma décima, de 1,9 para 2 por cento, na zona euro.

Estas previsões, que precedem o exercício semestral bem mais completo previsto para Novembro, são baseadas na evolução das sete maiores economias europeias - França, Alemanha, Itália, Espanha e Holanda, membros da moeda única, a par do Reino Unido e Polónia - que representam 80 por cento da economia europeia (85 por cento da zona euro).

Ponto alto ficou para trás

Segundo Joaquin Almunia, comissário europeu responsável pelas pastas da Economia e das Finanças, "o pico do crescimento deve ter ficado para trás". Não obstante, "a existência de fundamentos sólidos na economia europeia e um contexto mundial que se mantém favorável deverão continuar a sustentar o crescimento europeu", que permanece "acima do seu potencial". No entanto, frisou, a recente turbulência nos mercados financeiros acentuou claramente os riscos que pesam sobre o crescimento", provocando "uma incerteza acrescida" sobre a economia europeia.

A incerteza é, aliás, a palavra de ordem do comissário, que não quis adiantar por agora quaisquer prognósticos para 2008. Bruxelas apenas reconhece que a desaceleração deverá ser maior do que o previsto em Maio, em que apostava num crescimento de 2,5 por cento.

Almunia frisou que a revisão de ontem "já incorpora algum impacto [da recente turbulência] sobre a economia real". Relativamente ao futuro, "há elementos que não conhecemos", a começar pela duração do nervosismo dos mercados.

Os riscos

O maior ou menor impacto da crise financeira sobre o crescimento, prosseguiu Joaquin Almunia, depende essencialmente de três factores: a amplitude da desaceleração da economia americana, o grau de endurecimento das condições de financiamento e o ritmo da recuperação da confiança dos consumidores e empresários.

A actual revisão em baixa é baseada nos resultados da actividade económica no segundo trimestre, que se revelaram muito inferiores ao esperado - 0,3 por cento. Este valor seguiu-se a um primeiro semestre mais robusto do que o previsto (+0,7 por cento), devido, sobretudo, ao Inverno inesperadamente clemente, que impulsionou a construção.

A queda da actividade no segundo trimestre foi particularmente acentuada em França, Itália e Holanda, explicou o comissário. Mas enquanto a previsão para o conjunto deste ano em Itália se mantém em 1,9 por cento, na Holanda caiu de 2,8 para 2,5 por cento e em França de 2,4 para 1,9 por cento. Os resultados franceses põem seriamente em causa os planos do respectivo Governo para a redução do défice orçamental, que serão analisados pelos ministros das Finanças dos Vinte e Sete, durante a reunião informal que decorre este fim-de-semana, no Porto.

No caso dos principais "clientes" de Portugal, a previsão para o crescimento da Alemanha desce apenas uma décima (de 2,5 para 2,4 por cento), e em Espanha mantém-se nos 3,7 por cento.

Entre os sete países analisados, a Polónia e o Reino Unido são os únicos que beneficiam de uma revisão em alta das previsões: de 6,1 para 6,5 por cento, no primeiro caso, e de 2,8 para 2,9 por cento, no segundo.