Ricardo Salgado lamenta que comunicação social “insista” em atribuir ao BES o caso dos sobreiros abatidos
Numa conferência de imprensa em Lisboa para apresentação de resultados do BES no primeiro semestre deste ano, Ricardo Salgado foi questionado pelos jornalistas sobre o “caso Portucale”, depois de terça-feira o Ministério Público ter deduzido acusação, entre outros, contra três administradores do Grupo Espírito Santo (GES).
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Numa conferência de imprensa em Lisboa para apresentação de resultados do BES no primeiro semestre deste ano, Ricardo Salgado foi questionado pelos jornalistas sobre o “caso Portucale”, depois de terça-feira o Ministério Público ter deduzido acusação, entre outros, contra três administradores do Grupo Espírito Santo (GES).
Ricardo Salgado recusou comentar o assunto, mas quando questionado pelos jornalistas se a imagem do BES junto da opinião pública poderia ser afectada por três administradores do GES terem sido acusados pelo Ministério Público, lamentou que alguns órgãos de comunicação social “insistam em atribuir” ao BES responsabilidades no caso dos sobreiros abatidos na herdade da Vargem Fresca.
Trata-se de uma propriedade da Portucale, uma empresa ligada ao GES que pretende ali construir um empreendimento turístico.
Além do ex-dirigente do CDS Abel Pinheiro, foram acusados três administradores do Grupo Espírito Santo, os dois principais responsáveis pela Direcção-Geral das Florestas, e quatro funcionários do CDS.
O caso Portucale relaciona-se com o despacho que declarou a “utilidade pública” de um projecto do GES para um empreendimento turístico em Benavente, autorizando o abate de mais de 2.500 sobreiros e que foi assinado pelos ex-ministros Costa Neves (Agricultura), Nobre Guedes (Ambiente) e Telmo Correia (Turismo), a escassos dias das eleições legislativas de 2005.
O despacho, sustenta a acusação, terá sido feito a troco de contrapartidas financeiras no valor de um milhão de euros que terão revertido a favor do CDS-PP, de quem Abel Pinheiro era director financeiro.