Governo cria taxa de contribuição rodoviária e abre Estradas de Portugal a privados
“Vamos reduzir o ISP e criar uma taxa que representa uma contribuição rodoviária de valor equivalente. Para o consumidor nada muda, porque pagará exactamente o mesmo”, declarou o primeiro-ministro, José Sócrates, no final do Conselho de Ministros.
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“Vamos reduzir o ISP e criar uma taxa que representa uma contribuição rodoviária de valor equivalente. Para o consumidor nada muda, porque pagará exactamente o mesmo”, declarou o primeiro-ministro, José Sócrates, no final do Conselho de Ministros.
Segundo Sócrates, a proposta que pretende regular o financiamento da rede rodoviária nacional a cargo das Estradas de Portugal (EP) “visa dar maior sustentabilidade e mais garantias ao financiamento rodoviário”.
“O nosso sistema de gestão rodoviária ficará agora com um financiamento mais garantido, mais sustentado no futuro e em melhores condições de servir os utentes”, disse.
Tendo ao seu lado o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, o chefe do Governo anunciou também a resolução que aprova os princípios gerais a que deverá obedecer a definição do modelo de gestão do sector rodoviário nacional.
Estradas de Portugal vai financiar-se no mercadoPela resolução, prevê-se a transformação da Estradas de Portugal, admitindo-se a abertura do seu capital a privados e permitindo a obtenção no mercado de melhores soluções de financiamento”.
“Com este modelo visa-se, essencialmente, alcançar a eficiência na gestão e aplicação dos recursos e a auto-sustentabilidade do sector rodoviário, limitando a aplicação de dinheiros públicos e estimulando o envolvimento de capitais privados”, refere o comunicado do Conselho de Ministros.
De acordo com José Sócrates, com o novo modelo, “mais de 50 por cento do financiamento será obtido no mercado”.
Já em relação à data do processo de privatização da empresa EP, o primeiro-ministro recusou-se a apontar um calendário em concreto, alegando que “tal não se define de um momento para o outro”.
“O mais importante é que, em termos globais, haverá uma redução do ISP, com a criação de uma taxa que irá directamente para a EP, abre-se o capital da empresa à participação de privados e revêem-se os encargos que o Estado tem em algumas estradas. Essa é uma tarefa que vamos desenvolver nos próximos meses”, acrescentou Sócrates.