Capacidade do aeroporto da Portela vai esgotar-se até 2011
O presidente do WTTC, Jean-Claude Baumgarten, afirmou hoje, na conferência de imprensa de apresentação da Conta Satélite do Turismo de Lisboa, que vai exisitir um hiato entre o momento em que o aeroporto da Portela atingir a sua capacidade máxima e a altura em que o novo aeroporto internacional de Lisboa estará operacional, em 2017.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente do WTTC, Jean-Claude Baumgarten, afirmou hoje, na conferência de imprensa de apresentação da Conta Satélite do Turismo de Lisboa, que vai exisitir um hiato entre o momento em que o aeroporto da Portela atingir a sua capacidade máxima e a altura em que o novo aeroporto internacional de Lisboa estará operacional, em 2017.
O WTTC prevê que a capacidade máxima do actual aeroporto de Lisboa seja ultrapassada em 2011, mesmo com o novo terminal, devido aos actuais níveis de crescimento do tráfego de passageiros.
O Governo português tem citado estudos que apontam para o esgotamento do aeroporto da Portela entre 2011 e 2013.
"Há alternativas" para gerir a situação entre 2011 e 2017, afirmou Jean-Claude Baumgarten, alertando que é necessário que as entidades públicas e privadas se juntem para encontrar soluções.
Desviar voos para o Porto é uma hipóteseO Governo tem proposto o desvio de alguns voos para o Porto e/ou a utilização de uma infra-estrutura perto de Lisboa.
"O Turismo de Lisboa pode trabalhar com o Governo, fornecendo previsões sobre a procura turística e, ao mesmo tempo, o Governo deve criar condições para a eficiência do aeroporto da Portela, não só para os passageiros em trânsito" mas também para os turistas que chegam à cidade, segundo a recomendação da WTTC.
Jean-Claude Baumgarten lembrou que "Lisboa não é o único local no mundo" a enfrentar uma situação de esgotamento da capacidade do aeroporto.
Portugal tem um mercado interno muito pequeno, por isso a sua aposta no desenvolvimento do turismo tem de basear-se na chegada de visitantes estrangeiros. Para isso, é essencial ter uma infra-estrutura aeroportuária, acrescentou o mesmo responsável.
Baumgarten desvalorizou a questão da localização do novo aeroporto na Ota, dizendo que "o importante é ter ligações com a cidade", como por exemplo, boas auto-estradas.
Ota tem capacidade para mais de 30 milhões por ano
Na recomendação do WTTC sobre o aeroporto internacional de Lisboa pode ler-se que a nova infra-estrutura — que se espera esteja a funcionar em 2017 — vai ter capacidade para mais de 30 milhões de passageiros por ano.
O presidente do WTTC aconselha o Governo português e as autoridades regionais de Lisboa, em parceria com o Turismo de Lisboa, a assumir esta "grave falta de capacidade como prioridade máxima", para assegurar que a cidade fica dotada de "uma adequada" capacidade aeroportuária.
"Podemos discutir a localização [do novo aeroporto], mas não a necessidade da existência de um novo aeroporto", disse o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, também presente na conferência de imprensa.
Lisboa é a segunda cidade em todo o mundo, depois de Roma, a ter uma Conta Satélite, uma forma de medir o peso económico do turismo no total da economia de uma região ou país, tendo em conta factores como as receitas geradas ou o emprego criado.