Estados Unidos contam plantar 36,5 milhões de hectares de milho para produção de etanol

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O aumento da aposta no milho explica-se por uma procura crescente do etanol enquanto combustível Fernando Veludo/PÚBLICO (arquivo)

Segundo um relatório do Ministério norte-americano da Agricultura (USDA) publicado hoje, o número de hectares destinado à cultura do milho passa dos 31,7 milhões em 2006-2007 para os 36,6 milhões deste ano, representando um aumento de 15 por cento.

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Segundo um relatório do Ministério norte-americano da Agricultura (USDA) publicado hoje, o número de hectares destinado à cultura do milho passa dos 31,7 milhões em 2006-2007 para os 36,6 milhões deste ano, representando um aumento de 15 por cento.

Este aumento será feito, essencialmente, em detrimento da soja, cuja superfície vai baixar onze por cento, e do algodão, com uma diminuição de 20 por cento.

Para alguns analistas, este relatório é “único”. “Habitualmente, o número de hectares destinados a uma cultura específica muda marginalmente de um ano para outro”, diz Bill Nelson, analista da AG Edwards.

Mas em 2007, “os agricultores americanos deverão realizar a maior plantação de milho desde 1944, quando os Estados Unidos tinham de produzir o suficiente para alimentar os europeus, em guerra”, sublinha Christopher Hurt, economista especializado em Agricultura na Universidade Purdue, Indiana.

Este lugar dedicado ao milho explica-se hoje por uma procura crescente do etanol, biocombustível fabricado nos Estados Unidos exclusivamente a partir deste cereal.

O aumento da procura catapultou, recentemente, os preços do milho para os níveis mais elevados da última década.

“O milho é o rei do momento”, diz Dale Milstead, agricultor de 51 anos de Illinois. “Hoje é mais rentável plantar milho”, explicou.

Depois das intenções reveladas hoje, é também a geografia agrícola do país que deverá mudar. Enquanto o “Midwest” americano vai continuar a ser o berço do milho, os estados do Sul – como o Louisiana, Mississipi, Geórgia, Arkansas ou Alabama -, hoje os maiores produtores de algodão, querem “reduzir esta produção em 20 por cento em benefício do milho”, constata o analista Bill Nelson.