Gabriel García Marquez homenageado na Colômbia

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Na cerimónia foi apresentada a edição comemorativa dos 40 anos do livro Cem Anos de Solidão Daniel Munoz/Reuters

O Prémio Nobel da Literatura de 1982 foi homenageado na sessão inaugural do Congresso pelos seus 80 anos, completados a 6 de Março deste ano, e entrou no pavilhão acompanhado pelo escritor mexicano Carlos Fuentes, amigo de longa data, e pela esposa, Mercedes Barcha.

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O Prémio Nobel da Literatura de 1982 foi homenageado na sessão inaugural do Congresso pelos seus 80 anos, completados a 6 de Março deste ano, e entrou no pavilhão acompanhado pelo escritor mexicano Carlos Fuentes, amigo de longa data, e pela esposa, Mercedes Barcha.

Depois de García Márquez, entraram no salão os reis de Espanha, Juan Carlos e Sofia, acompanhados pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, e pela sua esposa Lina, que também foram aplaudidos.

Quer Uribe quer o monarca espanhol participaram na homenagem a García Márquez, onde foi apresentada a edição comemorativa dos 40 anos da publicação do mais famoso livro do escritor, "Cem Anos de Solidão" (1966).

Esta nova edição, com uma tiragem de 500 mil exemplares, foi revista pelo próprio autor e inclui um glossário de termos utilizados, uma árvore genealógica da família Buendía, protagonista da obra, e um conjunto de estudos de escritores como o mexicano Carlos Fuentes e o peruano Mario Vargas Llosa.

Na cerimónia, Carlos Fuentes apelidou "Cem Anos de Solidão" de "o Quixote americano, um Quixote capturado entre as montanhas e a selva, privado de planícies, um Quixote enclausurado que por isso tem de inventar o mundo a partir de quatro paredes derrubadas".

"Que prodigiosa imagem cervantina da existência convertida em discurso literário, em passagem contínua e imperceptível do real ao divino e do divino ao imaginário!", considerou, na leitura do prefácio por si escrito.

Fuentes afirmou ainda que, apesar de sul-americano, se reconhece em García Marquez, "o rosto do mundo".

Para além de Carlos Fuentes, participaram também na homenagem o antigo primeiro-ministro espanhol Felipe González e o ex-presidente dos Estados Unidos da América Bill Clinton.

O IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, que decorre até quinta-feira, conta com a participação de cerca de 1200 académicos, escritores, cientistas, professores, linguistas, historiadores, empresários, editores, jornalistas e políticos.

Entre os temas a analisar no encontro incluem-se a presença da língua espanhola na informática, a integração regional, o jornalismo cultural, a criação literária, o ensino do castelhano como segunda língua e a sua relação com as línguas indígenas do continente sul-americano.