Há "bluff" nesta mão
Toda a gente tem uma razão para dar cabo de Buddy Israel e à conta do tal milhão de dólares os que não têm vão passar a ter: um agente de fianças e dois ex-polícias broncos, duas assassinas contratadas negras, um ex-espião mercenário latino, um metódico mestre do disfarce e três irmãos psicóticos neo-nazis. Contra tudo isto, apenas dois agentes do FBI. Mata-se gente a torto e a direito, com uma energia estilosa cheia de tiques e truques à anos 70, com um apuradíssimo sentido do diálogo e um elenco cheio de gente conhecida (e menos conhecida) à espera de ser despachada de maneira colorida (os únicos actores que registam verdadeiramente "performances" são Andy Garcia, em modo "bom sacana", um inesperado Ryan Reynolds e as surpresas dos cantores Alicia Keys e Common).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Toda a gente tem uma razão para dar cabo de Buddy Israel e à conta do tal milhão de dólares os que não têm vão passar a ter: um agente de fianças e dois ex-polícias broncos, duas assassinas contratadas negras, um ex-espião mercenário latino, um metódico mestre do disfarce e três irmãos psicóticos neo-nazis. Contra tudo isto, apenas dois agentes do FBI. Mata-se gente a torto e a direito, com uma energia estilosa cheia de tiques e truques à anos 70, com um apuradíssimo sentido do diálogo e um elenco cheio de gente conhecida (e menos conhecida) à espera de ser despachada de maneira colorida (os únicos actores que registam verdadeiramente "performances" são Andy Garcia, em modo "bom sacana", um inesperado Ryan Reynolds e as surpresas dos cantores Alicia Keys e Common).
Mas há um desequilíbrio fundamental entre a violência "cartoonesca" da maior parte do filme e a tentativa de lhe emprestar gravidade na última meia hora. Pode-se ler o final como um comentário amargo à ultra-violência cinematográfica recente, ao conflito do Iraque ou como um comentário auto-reflexivo (ou, melhor, meta-reflexivo) sobre o próprio filme que Carnahan fez, como quem se pergunta, depois de ter comido o bolo todo, se não é de ir buscar sais de frutos. O que é sonso. Mas não impede que o estilo todo de "Um Trunfo na Manga" seja um "shot" de adrenalina ideal para um sábado à noite. Não se espere jogo limpo - há muito de "bluff" nesta mão.