Governo iraquiano exclui enforcamento de Saddam ainda este ano

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O ministro não avançou uma data precisa para o enforcamento, nem as circunstâncias ou o local EPA (arquivo)

"A decisão da comissão de apelo tem ainda de ser transmitida ao Presidente. O decreto presidencial será depois enviado à Direcção-Geral das Prisões, que será então incumbida de executar a sentença", explicou Shibli.

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"A decisão da comissão de apelo tem ainda de ser transmitida ao Presidente. O decreto presidencial será depois enviado à Direcção-Geral das Prisões, que será então incumbida de executar a sentença", explicou Shibli.

"Este processo poderá levar ainda algum tempo, devido às celebrações do Eid El-Adha [festa muçulmana do sacrifício, que começa a 30 de Dezembro]", disse.

Saddam Hussein está detido pelo Exército norte-americano num local mantido em segredo.

A comissão de apelo do Alto Tribunal Iraquiano ratificou ontem a condenação à morte, por enforcamento, do antigo Presidente, pela responsabilidade na morte de 148 xiitas na aldeia de Dujail, na década de 1980.

Foram também confirmadas as penas de morte do meio-irmão de Saddam, Barzan al-Tikriti, antigo chefe dos serviços de informações, e do antigo presidente do tribunal revolucionário Awad al-Bandar.

O Presidente iraquiano, Jalal Talabani, que afirma ser contra a pena de morte, já deixou o seu vice-presidente assinar várias execuções nos últimos meses.

De acordo com a lei iraquiana, nenhuma autoridade — nem mesmo o chefe de Estado — pode comutar penas de morte decretadas pelo tribunal.

Saddam Hussein deverá assim ser enforcado, mesmo que não esteja concluído o julgamento que decorre actualmente, no qual o ex-Presidente e seis antigos dirigentes são acusados de terem ordenado e posto em prática as campanhas militares de Anfal, no Curdistão, entre 1987 e 1988, que resultaram na morte de 180 mil curdos.