Quercus e Greenpeace pedem ao Grupo INAPA para deixar de comprar madeira indonésia
Segundo as duas associações, a Ásia Pulp & Paper (APP) “converteu florestas de elevado valor para a conservação em florestas degradadas e em plantações de eucaliptos e acácias”, na província de Riau, na Ilha de Sumatra.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Segundo as duas associações, a Ásia Pulp & Paper (APP) “converteu florestas de elevado valor para a conservação em florestas degradadas e em plantações de eucaliptos e acácias”, na província de Riau, na Ilha de Sumatra.
Parte da produção de madeira da APP provém de abates ilegais, acusam os ecologistas.
Em comunicado, as associações dizem que a empresa asiática – que vende o seu papel a preços muito inferiores aos da concorrência - já está a ser alvo de medidas legais por não pagar as suas dívidas e que a Bolsa de Nova Iorque teve de suspender a cotização da empresa.
Segundo a Greenpeace, os papéis fabricados pela APP estão a ser distribuídos em Espanha pela empresa IDISA, que pertence ao Grupo INAPA.
“A empresa INAPA não pode fechar os olhos quando a APP está a ser denunciada internacionalmente pela destruição das florestas da Indonésia e por não pagar as dívidas contraídas”, comentou Hélder Spínola, presidente da direcção da Quercus.
Esta denúncia é feita quando a Comissão Europeia vai iniciar um processo de consultas sobre as várias opções legislativas existentes para proibir a importação de produtos florestais procedentes de abates ilegais.
“Os esforços para impedir os abates ilegais não serão efectivos sem que exista uma legislação que proíba a entrada de produtos madeireiros procedentes de origens destrutivas e ilegais”, acrescentou Hélder Spínola.
Os ecologistas querem que “o sector papeleiro internacional rejeite os produtos da APP”. Segundo a Greenpeace, administrações públicas como a Junta de Andaluzia devolveram o papel de escritório APP que estava a ser utilizado em algumas das suas dependências.