Estados Unidos oferecem incentivos à Coreia do Norte

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As negociações estão a decorrer na capital chinesa Frederic J. Brown/AP

A oferta, feita pelo negociador norte-americano Cristopher Hill, foi confirmada pelo delegado de Seul, que se referiu a ela como uma "proposta concreta" sem mais pormenores. O diálogo junta representantes das duas Coreias, China, EUA, Japão e Rússia. Segundo a agência coreana, citada pela BBC, o enviado de Washintgon terá prometido que os Estados Unidos não atacarão Pyongyang se o regime de Kim Jong-il der liberdade de movimentos aos inspectores encarregados de fazer o levantamento

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A oferta, feita pelo negociador norte-americano Cristopher Hill, foi confirmada pelo delegado de Seul, que se referiu a ela como uma "proposta concreta" sem mais pormenores. O diálogo junta representantes das duas Coreias, China, EUA, Japão e Rússia. Segundo a agência coreana, citada pela BBC, o enviado de Washintgon terá prometido que os Estados Unidos não atacarão Pyongyang se o regime de Kim Jong-il der liberdade de movimentos aos inspectores encarregados de fazer o levantamento

Em todo o caso, pelo terceiro dia consecutivo de diálogo depois de um ano de interregno, nada ficou ontem decidido na capital chinesa. Hill, que já antes manifestara cepticismo sobre as conversações, reafirmou as suas dúvidas.

"Neste momento não sei dizer se estou pessimista se optimista. Simplesmente não sei onde vamos acabar, ou quando vamos acabar", disse o negociador dos EUA à Yonhap. Sobre o encontro com o homólogo norte-coreano, Kim Kye-gwan, definiu-o apenas como "uma saudável troca de pontos de vista".

Como o diálogo em Pequim para convencer a Coreia do Norte a ceder no seu controverso programa atómico não registou resultados, o processo deverá continuar. "As discussões deviam inicialmente terminar amanhã [hoje], mas deverão prosseguir até depois de amanhã [sexta-feira], pois ainda estamos a debater o cumprimento da declaração de 19 de Setembro [2005]", explicou o negociador sul-coreano, Chun Yung-woo, citado pela AFP.

No texto, os seis assinaram uma declaração na qual Washington reconhece ao regime de Kim Jong-il o direito a dotar-se de uma indústria atómica civil, comprometendo-se este a renunciar ao seu programa nuclear militar e a aderir ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Em Novembro seguinte, porém, os norte-americanos fizeram congelar contas norte-coreanas num banco de Macau, e Pyongyang ensaiou mísseis balísticos que fizeram ruir tudo o que tinha sido acertado.

E esse foi outro dos assuntos ontem discutidos na capital chinesa, à margem das negociações. O subsecretário adjunto do Departamento do Tesouro, Daniel Glaser, encontrou-se com um enviado norte-coreano para tentar resolver o problema, reunião que o primeiro descreveu no fim como "séria e útil", anunciando a sua continuação no próximo mês, em Nova Iorque.

Os Estados Unidos justificaram o congelamento das contas acusando a Coreia do Norte de branquear dinheiro e fabricar moeda falsa.

Pyongyang exige o fim das sanções financeiras e das que a ONU decretou no dia 14 de Outubro, cinco dias depois do teste balístico.