Força Aérea: novo chefe do Estado-maior sublinha unanimidade da sua escolha

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Para Luís Araújo (à dir.) os pedidos de passagem à reserva de quatro tenentes-generais "não querem significar nada" Inácio Rosa/Lusa

Depois de ter sido empossado no cargo pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o novo responsável assegurou que a sua nomeação mereceu concordância unânime por parte de dos tenentes-generais que pediram a passagem à reserva na sequência da escolha.

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Depois de ter sido empossado no cargo pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o novo responsável assegurou que a sua nomeação mereceu concordância unânime por parte de dos tenentes-generais que pediram a passagem à reserva na sequência da escolha.

"Não há contestação nenhuma. O Conselho Superior da Força Aérea, onde estavam todos os tenentes-generais, foi consultado e a concordância com o meu nome foi unânime".

A escolha de Luís Araújo para chefiar a Força Aérea levou à apresentação de pedidos de passagem à reserva de pelo menos quatro tenentes-generais da Força Aérea, incluindo o vice-chefe.

A ultrapassagem na antiguidade militar e o carácter eminentemente político da escolha do ex-director-geral de Política de Defesa Nacional terão estado na origem da decisão dos tenentes-generais Hélder Rocha Martins (actual vice-chefe do Estado-maior da Força Aérea), António Martins de Matos (comandante da Logística e Administração da Força Aérea), David Oliveira (adjunto operacional do chefe do Estado-maior general das Forças Armadas) e João Oliveira (comandante operacional da Força Aérea).

Para Luís Araújo, estes pedidos "não querem significar nada", nomeadamente em relação a si. "Eventualmente, se tivesse na mesma situação teria feito o mesmo. Só tenho que respeitar a decisão dos nossos tenentes-generais", adiantou.

Situação dos pilotos será prioritária

O novo chefe da Força Aérea prometeu ainda tomar medidas em relação a um problema crónico deste ramo das Forças Armadas: a fuga de pilotos para a aviação civil. "Esse é um problema que não é de hoje. A Força Aérea sempre teve esse problema. A questão é que o mercado da aviação civil abriu muito e o que acontece é que temos dificuldade em reter pilotos (...) Teremos, com algumas medidas, de tentar reter os pilotos", referiu.

Escusando-se a concretizar as medidas preconizadas, Luís Araújo admitiu que algumas "ultrapassam a competência do CEMFA [chefe do Estado-maior da Força Aérea]".

Quanto aos processos de averiguações em curso na Força Aérea, na sequência da participação de militares do ramo nas recentes manifestações de rua promovidas pelas associações, Luís Araújo considerou que esse "é um problema de justiça e de disciplina", pelo que antes de qualquer comentário, "os processos têm que se concluir".

Homenageando o seu antecessor, Luís Araújo prometeu "continuar o trabalho" de Taveira Martins, mas "adaptado às novas circunstâncias".

O general prometeu ainda escolher o vice-chefe do Estado-maior da Força Aérea até quarta-feira.