Moita Flores quer mudar local do parque desportivo de Santarém
A proposta de alteração vai ser discutida na reunião camarária de hoje à tarde e promete polémica, porque os eleitos do PS têm questionado várias vezes a decisão do executivo liderado por Moita Flores de suspender os trabalhos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A proposta de alteração vai ser discutida na reunião camarária de hoje à tarde e promete polémica, porque os eleitos do PS têm questionado várias vezes a decisão do executivo liderado por Moita Flores de suspender os trabalhos.
O presidente da câmara sustenta que o projecto não caberia no espaço disponível. Os autarcas socialistas garantem que a obra em curso contemplava apenas a primeira fase do complexo que cabe perfeitamente nos terrenos camarários. Agora, o executivo vai propor que o projecto seja reformulado e relançado de modo a ser transferido para a chamada zona do Taré e que os terrenos da Quinta do Mocho, para onde estava previsto o complexo, sejam novamente destinados à expansão da Zona Industrial de Santarém.
Segundo o semanário regional O Ribatejo, o executivo social-democrata entende que esta nova localização tem como vantagens a facilidade de acesso através da Estrada Nacional 3, o espaço disponível para estacionamento e a centralização dos novos equipamentos desportivos numa área onde já funcionam o pavilhão, a nave desportiva e os campos de ténis municipais.
A câmara discute hoje uma proposta de alteração da localização e o lançamento de um concurso público para a concepção e execução do projecto de arquitectura. O novo projecto deverá contemplar ainda a construção de uma pousada da juventude e de um centro vocacionado para o andebol.
O impasse na obra do parque desportivo anteriormente lançado tem sido discutido frequentemente na câmara. A primeira fase da obra foi lançada a 5 de Agosto de 2005, pelo anterior executivo camarário socialista, que resolveu atribuir o nome de Ladislau Teles Botas (antigo presidente da autarquia) ao futuro complexo. O socialista Rui Barreiro, presidente da câmara entre 2001 e 2005, questionou Moita Flores sobre o assunto, lembrando que a empreitada foi suspensa há um ano: "Nunca mais tivemos notícias sobre ela".
Moita Flores, eleito pelo PSD, sustentou que o executivo de maioria socialista "tinha um parque desportivo sobredimensionado em relação ao espaço". Em reunião camarária, realizada em Outubro, o autarca esclareceu o executivo: "O conjunto das quatro fases era para 17 hectares e só temos 12. A primeira fase foi suspensa por causa disso. Mandámos reformular todo o projecto em função dos 12 hectares e não dos 17". Rui Barreiro insistiu que só fora lançada a empreitada da primeira fase, que não precisava dos 17 hectares, e poderia ser desenvolvida no espaço disponível.
"Um parque fundamental"A questão também tem sido discutida na assembleia municipal. O deputado socialistas Pedro Braz observou que a obra lançada, e entretanto suspensa, não abrangia 17 hectares. "Estamos a falar de um parque desportivo fundamental para o concelho. Não temos espaços relvados para a prática desportiva dos nossos jovens. Necessitamos deste complexo como do pão para a boca", salientou o autarca.
Moita Flores garantiu que os projectos que encontrou na câmara eram para 17 hectares e que o município apenas possui 12 hectares naquela área. O presidente da autarquia considerou que seria "populista e totalmente irresponsável" avançar com a obra nestas condições e investir ali mais de quatro milhões de euros. E acrescentou que nem a primeira fase poderia ser concluída porque contempla uma área onde existem sobreiros.
O deputado municipal Pedro Braz acusou Moita Flores de "manipular" os dados e de ter reconhecido que, afinal, esta primeira fase apenas contemplava quatro hectares.