Baixa produtividade e controlo do défice penalizam crescimento económico

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Na conferência "Challenges ahead for the Portuguese Economy" Vítor Constâncio disse que a adesão ao euro implicou uma aceleração inicial da actividade económica e uma posterior desaceleração, as quais eram inevitáveis, embora os ritmos pudessem ter sido diferentes.

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Na conferência "Challenges ahead for the Portuguese Economy" Vítor Constâncio disse que a adesão ao euro implicou uma aceleração inicial da actividade económica e uma posterior desaceleração, as quais eram inevitáveis, embora os ritmos pudessem ter sido diferentes.

O investimento caiu muito, num período em que Portugal sofreu choques externos na procura, e em que a subida do preço do petróleo afectou particularmente a economia, devido à elevada dependência energética do exterior.

Além disso, o problema da competitividade continua por resolver, segundo o governador, com os custos unitários do trabalho a subir acima dos ganhos de produtividade.

Houve uma política orçamental pró-cíclica, com o Estado a gastar mais em períodos de maior crescimento económico, e a revisão do défice público nos primeiros anos da actual década levou a uma revisão das expectativas das famílias e das empresas.

Sem as medidas de consolidação orçamental que se seguiram e sem a alta recente do preço do petróleo, Portugal poderia ter crescido mais 0,6 pontos percentuais, estimou Constâncio.

Este ano, e segundo as previsões do Governo, Portugal deverá crescer 1,4 por cento.

Em 2008, a economia poderá acelerar para 1,8 por cento e chegar a 2009 com uma taxa de três por cento, de acordo com o Executivo.

Constâncio reafirmou que Portugal está a enfrentar os problemas que existem, com as reformas estruturais "muito difíceis", embora "no caminho certo".

No final da sua intervenção na conferência, Constâncio disse estar com um "optimismo realista mas lúcido" sobre as perspectivas para a economia portuguesa.