A banalidade também não
Como o título do filme diz que "o amor não tira férias" é fácil de adivinhar o que acontece a seguir: a típica história de recomposição pós-crise amorosa, e é por aí que entram os partenaires masculinos do filme, Jude Law e Jack Black. A banalidade em piloto automático impera, aquele tipo de coisa que podia ter sido realizada (e montada) por uma máquina qualquer. Nancy Meyers não faz a mínima ideia de como lidar com aquilo que são, apesar de tudo, duas histórias paralelas, uma em Inglaterra e outra nos EUA. À excepção de um momento (sem contar, claro, com o inenarrável final) em que as histórias se misturam através dum gag com telefones, "O Amor Não Tira Férias" desenrola-se como se alguém tivesse decidido colar dois filmes diferentes (mas quase "iguais") num só - é um dos mais primitivos filmes que vimos este ano, e quase se podia dizer pré-griffithiano (e pensando bem, por que não se há-de dizer?).
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Como o título do filme diz que "o amor não tira férias" é fácil de adivinhar o que acontece a seguir: a típica história de recomposição pós-crise amorosa, e é por aí que entram os partenaires masculinos do filme, Jude Law e Jack Black. A banalidade em piloto automático impera, aquele tipo de coisa que podia ter sido realizada (e montada) por uma máquina qualquer. Nancy Meyers não faz a mínima ideia de como lidar com aquilo que são, apesar de tudo, duas histórias paralelas, uma em Inglaterra e outra nos EUA. À excepção de um momento (sem contar, claro, com o inenarrável final) em que as histórias se misturam através dum gag com telefones, "O Amor Não Tira Férias" desenrola-se como se alguém tivesse decidido colar dois filmes diferentes (mas quase "iguais") num só - é um dos mais primitivos filmes que vimos este ano, e quase se podia dizer pré-griffithiano (e pensando bem, por que não se há-de dizer?).
Entre os coadjuvantes da história de Winslet na América conta-se Eli Wallach na pele de um velhote que foi argumentista na Hollywood clássica (contribui, diz ele, com o "kid" para o "here"s looking at you" de "Casablanca"). Wallach toma a seu cargo a re-educação sentimental de Winslet, e vai-lhe dando a conhecer, via DVD e VHS, os McCareys e os La Cavas dos anos 30, e figuras femininas tão fortes como a de Irene Dunne. Quando "O Amor Não Tira Férias" chega ao fim, desejamos ardentemente que não o tenham mostrado ao velhote de Wallach: naquela idade, o choque de constatar o estado de degradação a que chegou a comédia romântica talvez fosse demasiado violento.