Poeta português José Bento vence Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

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Natural de Pardilhó, Aveiro, José Bento, de 74 anos, formou-se em Contabilidade, mas foi na escrita e na tradução que se notabilizou, com destaque para a recente tradução de "D. Quixote de La Mancha", de Cervantes, editado pela Relógio d'Agua.

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Natural de Pardilhó, Aveiro, José Bento, de 74 anos, formou-se em Contabilidade, mas foi na escrita e na tradução que se notabilizou, com destaque para a recente tradução de "D. Quixote de La Mancha", de Cervantes, editado pela Relógio d'Agua.

Foi com este trabalho que José Bento recebeu, no ano passado, o Grande Prémio de Tradução do Pen Clube Português, ex-aequo com Miguel Serras Pereira, autor de outra tradução da obra magna de Cervantes.

Entre os autores que José Bento traduziu contam-se Federico García Lorca, Pablo Neruda, Unamuno, Juan Ramón Jiménez, Ortega y Gasset, Jorge Luis Borges, María Zambrano, Octavio Paz, Ignacio Martínez de Pisón e Calderón de la Barca. Organizou ainda várias as antologias de poesia espanhola.

O prémio anunciado hoje, no valor de 75 mil euros, junta-se a outras distinções atribuídas por Portugal e por Espanha.

Em 1991 foi condecorado pelo Rei Juan Carlos de Espanha com a medalha de ouro de Belas Artes e no ano seguinte foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então presidente da República Mário Soares.

Em 1992 recebeu ainda os prémios Pen Clube Português e D. Dinis da Fundação Casa de Mateus pela obra "Silabário", editado pela Relógio d´Água, que condensa toda a sua obra poética até então.

Além de "Silabário" (1992), a sua obra integra outros títulos como "Adagietto" (1990), "Sequência de Bilbau" (1978), ou "Rimas" (1994).

O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído hoje pela primeira vez, pretende distinguir "um autor, pensador, criador ou interprete" que tenha "contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois países".

Este ano, o júri foi composto por seis personalidades: José Saramago, Álvaro Siza Vieira e José Adriano de Carvalho (indicadas por Portugal) e Clara Janês, José Luís Borao e Carlos Hernandéz Pezzi (indicadas por Espanha).

José Bento manifestou-se satisfeito com a distinção, mas disse que o galardão, não irá alterar a sua vida. "Vou continuar a trabalhar. Há tanta coisa que gostaria ainda de traduzir", disse.