Construção: associações acreditam que investigações não afectam imagem do sector
Em declarações à Lusa, Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), lembrou que “a 'Operação Furacão' começou com a banca e passou agora para as empresas de construção”. O responsável acredita que a investigação “é mais alargada e pode abranger mais actividades, mas não vai afectar a imagem e credibilidade do sector das obras públicas".
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Em declarações à Lusa, Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), lembrou que “a 'Operação Furacão' começou com a banca e passou agora para as empresas de construção”. O responsável acredita que a investigação “é mais alargada e pode abranger mais actividades, mas não vai afectar a imagem e credibilidade do sector das obras públicas".
No entanto, Reis Campos sublinha que "a informação que circula é, por enquanto, mera especulação, pois nem a administração fiscal se pronunciou, nem os conselhos de administração das empresas conhecem os factos que estão na origem à investigação".
Na terça-feira, escritórios da Soares da Costa foi alvo de buscas, lideradas pelo Ministério Público, com a colaboração da Inspecção Tributária e da Brigada Fiscal, por suspeitas de envolvimento num esquema de evasão fiscal.
Ontem, as autoridades visaram dependências das construtoras Mota-Engil e Zagope e Monte Adriano, e também da consultora Deloitte, em Lisboa e no Porto. Já hoje, uma operação semelhante visou a sede e a fábrica da Delta cafés, em Campo Maior.
O presidente da AICCOPN sublinha que estão em causa “grandes empresas, com uma conduta irrepreensível, há algumas cotadas em bolsa” e com “muita credibilidade nacional e internacional.
Para já, "estamos no campo da especulação e avançar com mais alguma coisa é prematuro e inoportuno e indesejável". "Uma coisa é certa. O sector não será afectado na imagem e credibilidade", destacou.
AECOPS diz que visadas são as maiores em PortugalA mesma convicção foi manifestada por José Tomás Gomes, director-geral da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), lembrando que o sector não é o único “visado pelo Ministério Público”.
"Trata-se de uma actividade normal por parte da administração fiscal e não terá impacto de maior no sector da construção e obras públicas", afirmou o responsável, para quem este caso só está a despertar tanta atenção porque “as empresas presumivelmente envolvidas são das maiores em Portugal e têm uma grande exposição mediática”.
“Há casos de empresas de menor dimensão no sector que têm sido alvo da acção da administração fiscal, mas não chegam ao conhecimento público", adiantou.
Segundo a imprensa, as buscas decorrem no âmbito da denominada “Operação Furacão”, uma investigação relativa a alegados esquemas de evasão fiscal. Os procuradores e inspectores estarão a cruzar os dados das finanças, com os dados das contas bancárias das empresas alegadamente envolvidas.
A "Operação Furacão" foi conhecida em Outubro do ano passado, quando juízes, magistrados do Ministério Público e elementos da Inspecção Tributária fizeram buscas em quatro instituições bancárias – BES, BCP, BPN e Finibanco –, empresas fiduciárias e escritórios de advogados.