Abuso sexual: organização denuncia envio de crianças letãs para Portugal

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Paulo Pimenta/PÚBLICO

Em declarações à agência Lusa, Inguna Rauda, dirigente do Centro Contra a Violência, afirmou que "no ano passado, na Letónia, desapareceram 318 crianças, desconhecendo-se, actualmente, o paradeiro de 14".

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Em declarações à agência Lusa, Inguna Rauda, dirigente do Centro Contra a Violência, afirmou que "no ano passado, na Letónia, desapareceram 318 crianças, desconhecendo-se, actualmente, o paradeiro de 14".

Inguna Rauda acrescentou que "algumas dessas crianças foram enviadas para Portugal como mercadoria sexual" e que a "Turquia, Alemanha e Espanha são outros países de escoamento de mercadoria viva".

"A maioria das crianças que foram parar a Portugal entraram em redes de prostituição infantil", acusou.

A organização Centro Contra a Violência colabora com organizações portuguesas de protecção da infância, no âmbito do projecto internacional da Comissão Europeia Childoscope.

Centro acompanha caso do português detido em Riga

O centro está também a acompanhar o caso do cidadão português detido em Riga desde o dia 1 de Junho, acusado de abuso sexual de menores. "Não só acompanhamos as investigações de perto, como também trabalhamos directamente com as alegadas vítimas do português", disse Ingura Rauda.

O julgamento do cidadão português de 29 anos, detido em Riga e acusado de abuso sexual de menores, vai começar no próximo dia 18.

Segundo o diário letão "Diena", "o português entrava no país como turista, nunca ficava em hotéis, preferindo residir em apartamentos antecipadamente alugados". O mesmo jornal escreve que o português procurava as suas vítimas menores em ciber-cafés e nas estações ferroviárias e rodoviárias.

"Regra geral — continua o jornal — tratavam-se de crianças que vagueavam pelas lojas e que pediam dinheiro. O português não tinha problemas em meter conversa, porque sabe falar russo", segundo o "Diena".

O jornal relata que "depois de ganhar a confiança da criança, o turista levava-a para um apartamento ou para um lugar abandonado, onde, com recurso à violência, abusava sexualmente dela".

O "Diena" refere que o português pode ser condenado a cinco anos de prisão por violência sexual sobre menores e a mais três anos por actos violentos.