PGR detecta descoordenações entre bases de dados do Ministério Público e da PJ

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Pinto Monteiro terá dito ao PSD que está preocupado com a falta de especializados na PJ André Kosters/Lusa (arquivo)

O diagnóstico foi feito ontem por Montalvão Machado, à saída da reunião do grupo parlamentar do PSD com o procurador-geral da República, António Pinto Monteiro, exclusivamente dedicada ao tema da corrupção.

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O diagnóstico foi feito ontem por Montalvão Machado, à saída da reunião do grupo parlamentar do PSD com o procurador-geral da República, António Pinto Monteiro, exclusivamente dedicada ao tema da corrupção.

Já o procurador-geral da República, contactado pelo PÚBLICO, limitou-se a dizer que a reunião com o grupo parlamentar do PSD "correu muito bem, foi muito útil e proveitosa".

No encontro, que se prolongou durante mais de duas horas, participaram, além de Marques Guedes, Guilherme Silva, Montalvão Machado e Fernando Negrão.

"O senhor procurador deu-nos conta de diversas preocupações quanto ao combate à criminalidade económico-financeira, um tipo de delitos muito difíceis de investigar e perseguir, que exige elevada especialização que os actuais colaboradores da PJ não detêm", avançou o vice-presidente da bancada ao PÚBLICO.

Por outro lado, o acesso à informação relevante também não é facilitado pela existência de duas bases de dados diferentes ao nível da investigação criminal, tanto mais que o MP não dispõe de acesso à da PJ. Ao longo de mais de duas horas, PSD e PGR abordaram os vários ângulos da temática "corrupção", uma semana depois de o PS ter inviabilizado a audição de Pinto Monteiro e do director nacional da PJ no Parlamento sobre o mesmo assunto.

Amanhã, os deputados sociais-democratas deslocam-se às instalações da Judiciária para se reunir com Alípio Ribeiro.

Durante o debate do Orçamento do Estado para 2007, o PSD apresentou uma proposta de reforço de verbas para o combate à criminalidade económico-financeira e corrupção no valor de quatro milhões de euros, o que foi recusado pela maioria socialista.

Em resposta, os sociais-democratas consideram que o combate à corrupção "é um tema incómodo para o PS". De fora deste encontro ficou a análise de qualquer solução para o caso Camarate, embora, na quinta-feira, o PSD tenha reivindicado da PGR uma tomada de posição sobre o assunto.