Pinochet libertado mediante pagamento de caução
O tribunal determinou o pagamento de uma caução de 1800 dólares para a libertação do antigo ditador, acusado na semana passada de envolvimento num novo processo relativo à Caravana da Morte, designação de um esquadrão militar que percorreu o Chile em 1973 para eliminar os opositores do regime.
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O tribunal determinou o pagamento de uma caução de 1800 dólares para a libertação do antigo ditador, acusado na semana passada de envolvimento num novo processo relativo à Caravana da Morte, designação de um esquadrão militar que percorreu o Chile em 1973 para eliminar os opositores do regime.
Os advogados da famílias que se constituíram assistentes neste processo já vieram acusar a defesa de exagerar na gravidade do estado de saúde de Pinochet para conseguir a sua libertação. "Surpreende-me que o general tenha recuperado de tal maneira em menos de 24 horas", afirmou o advogado Hugo Gutierrez.
Segundo o último boletim clínico, divulgado esta manhã pelo Hospital Militar de Santiago, o antigo ditador, de 91 anos, "permanece em risco de vida", mas a sua situação é descrita como estável.
"Não se registaram complicações e permaneceu estável durante a noite", relatou Juan Vergara, chefe da equipa médica que assiste Pinochet. "Não podemos dizer que ele saiu da situação crítica em que se encontrava antes de terem passado 24 ou 48 horas sobre o seu internamento", acrescentou o clínico.
Pinochet foi hospitalizado na madrugada de ontem, com um enfarte agudo do miocárdio (músculo que envolve o coração), tendo sido submetido de emergência a uma angioplastia (introdução de um cateter para desobstruir uma artéria bloqueada). Durante a tarde, os médicos ponderaram a realização de um "bypass", mas acabaram por descartar a hipótese de uma operação de coração aberto devido aos riscos para um paciente da idade de Pinochet.