Brasil: queda do avião da Gol podia ter sido evitada
Segundo a reportagem de "O Globo", entre as falhas mais graves está o facto de um controlador de Brasília, com 27 anos e apenas um ano de experiência profissional, não ter notado que o Legacy, mesmo depois de ter passado por aquela cidade, se manteve nos 37 mil pés de altitude, um nível reservado ao Boeing que saíra de Manaus.
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Segundo a reportagem de "O Globo", entre as falhas mais graves está o facto de um controlador de Brasília, com 27 anos e apenas um ano de experiência profissional, não ter notado que o Legacy, mesmo depois de ter passado por aquela cidade, se manteve nos 37 mil pés de altitude, um nível reservado ao Boeing que saíra de Manaus.
Entretanto, ontem, dois controladores que estavam a trabalhar na tarde de 29 de Setembro, quando o Boeing da Gol que fazia o voo 1907 caiu em Mato Grosso, falaram sob o anonimato à revista brasileira Época e confirmaram a existência de uma "zona cega", em que é difícil manter a comunicação entre torres de controlo e pilotos. Além disso, afirmaram que os equipamentos usados para monitorizar os aviões no país são modernos, mas mal conservados. Um controlador afirmou: "A zona cega existe. É uma área muito grande, maior que vários estados. É um grande rectângulo no meio do país".
Anteontem, O Globo publicou uma entrevista exclusiva com um profissional que estava de serviço no dia do maior acidente da aviação no Brasil, que afirmou que há uma "área cega, surda e muda" no espaço aéreo brasileiro e fez um alerta sobre a precariedade do controlo de tráfego de aviões. "A bomba-relógio está ligada novamente. Vai estourar. Já aconteceu e vai acontecer novamente".