Prevenção em destaque no Dia Mundial de Luta Contra a Sida
No dia que serviu para reforçar o alerta para a sida e para as formas de prevenção desta doença, fizeram-se anúncios para novos programas de luta contra o VIH, apelos a planos de acção aos dirigentes dos países mais afectados, campanhas de sensibilização nas ruas, com a distribuição de panfletos e preservativos e manifestações.
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No dia que serviu para reforçar o alerta para a sida e para as formas de prevenção desta doença, fizeram-se anúncios para novos programas de luta contra o VIH, apelos a planos de acção aos dirigentes dos países mais afectados, campanhas de sensibilização nas ruas, com a distribuição de panfletos e preservativos e manifestações.
Na África do Sul, onde 5,5 milhões de pessoas, 240 mil das quais com menos de 15 anos, são seropositivas ou doentes com sida, o Governo anunciou um plano de luta contra o vírus que pretende reduzir para metade o número de infectados ao longo dos próximos cinco anos. Os jovens serão um dos principais alvos das campanhas a realizar, tentando persuadi-los a iniciar a sua vida sexual mais tarde. “As estimativas sugerem que ainda há muitas novas infecções entre os jovens do nosso país e que retardar o início da actividade sexual dos jovens é primordial”, sublinhou a vice-presidente Phumzile Mlambo-Ngcuka.
Com 25 milhões de pessoas infectadas, o continente africano concentra perto de dois terços dos seropositivos ou doentes pelo VIH no mundo (39,5 milhões), de acordo com o relatório da ONUsida deste ano.
Apesar de se ter registado um declínio na taxa de prevalência da doença entre os adultos em vários países africanos, como o Quénia, Tanzânia, Zimbabwe e Ruanda, a Organização Mundial de Saúde considera que existem ainda “enormes falhas e desafios” a necessitar de resposta.
"A pandemia do VIH pode ser derrotada”Se na África do Sul a aposta é na educação sexual, nos Estados Unidos o Presidente George W. Bush coloca a abstinência sexual no topo da lista das formas de prevenção da sida, considerando que se trata do “único meio seguro para evitar a contaminação”. Sublinhando a responsabilidade do seu país em ajudar os doentes com sida, Bush afirmou-se optimista: “A pandemia do VIH pode ser derrotada”.
Em Londres, o primeiro-ministro, Tony Blair, apelou aos líderes religiosos para “encararem a realidade” e acabarem com a reprovação do uso de preservativos como forma de combater a sida.
Em França, a associação Aides alertou para a subutilização do preservativo como meio de prevenção, indicando que no ano passado foram vendidas 93,89 milhões de unidades, contra 180 milhões adquiridas no Reino Unido.
Na capital francesa, Paris, o empenho na luta contra o VIH/sida foi prometido por 20 grandes empresas europeias, incluindo a L'Oréal, Total, Accor, Heineken ou Statoil, a assinarem uma “declaração de empenho” no investimento de formas de prevenção da doença nos países onde actuam, nomeadamente nos africanos.
Ásia manifesta-seNo continente asiático, o segundo com o maior número de casos de infecção com o VIH/sida, repetiram-se os desfiles de alerta para a doença e a distribuição dos emblemáticos laços vermelhos, símbolo internacional de alerta para o vírus.
Na Indonésia, manifestantes envoltos em lençóis brancos gritaram-se “Parem o VIH/sida” e “Não mais estigma”, enquanto na China as crianças decoraram as suas salas de aula com laços vermelhos e muitos taxistas exibiram nas suas viaturas cartões a promover formas de prevenir a infecção com o vírus e o fim da discriminação contra os seropositivos. Na Tailândia, activistas tentaram criar a maior corrente de preservativos do mundo, atando 25 mil preservativos colocados pelo parque Lumpini, em Banguecoque.
Na Índia, o país como maior número de seropositivos do mundo, realizaram-se manifestações a exigir o reembolso de tratamentos médicos. Perto de 200 pessoas desfilaram em Nova Deli vestindo t-shirts onde se lia “Seropositivos”, para reclamar o pagamento de tratamentos contra a doença, já que apenas os medicamentos de base são reembolsáveis no país. Perto de 5,7 milhões de indianos vivem com o vírus VIH.
Este ano, 8,6 milhões de pessoas viviam na Ásia-Pacífico com o vírus, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Os comportamentos de alto risco, como as drogas injectáveis ou as relações sexuais não protegidas com prostitutas ou entre homens são particularmente evidentes em certas regiões como a Ásia”, sublinhou Shigeru Omi, director da OMS para o Pacífico ocidental.
Em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, apelou à “responsabilidade”, o tema do Dia Mundial de Luta Contra a Sida. “A responsabilidade exige que cada Presidente e primeiro-ministro, cada parlamento e homem político, decida e declare: ‘A sida para comigo’”, disse Annan, realçando que “a responsabilidade não é exigível apenas aos que estão no poder, aplicando-se a todos”.