CCB: Dias da Música em Belém aposta nos intérpretes portugueses

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O evento será aberto a outros géneros de música improvisada, como o jazz António Pedro Valente/Público (arquivo)

Numa "conversa informal" com jornalistas no seu gabinete, o presidente do conselho de administração da Fundação CCB, António Mega Ferreira, confirmou o fim da Festa da Música e a sua substituição pelo novo evento.

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Numa "conversa informal" com jornalistas no seu gabinete, o presidente do conselho de administração da Fundação CCB, António Mega Ferreira, confirmou o fim da Festa da Música e a sua substituição pelo novo evento.

Ao fim de sete edições — as últimas com 50 mil bilhetes vendidos e mais de uma centena de concertos —, a Festa da Música termina com "um historial de enorme êxito de público e grande qualidade artística", comentou.

"Devido às restrições orçamentais [menos 600 mil euros] a alternativa era mudar muito o modelo e já não seria a Festa Música", justificou, acrescentando que o evento implicava "um compromisso financeiro muito elevado".

A Festa da Música — cuja sétima edição estava já prevista para a temporada de 2007/08 — custou 1,2 milhões de euros em 2006, o que representava dois terços do orçamento da temporada total, enquanto Os Dias da Música em Belém deverão custar "no máximo 400 mil".

O novo evento também será dedicado à área da música clássica, mas aberto a outros géneros de música improvisada, como o jazz; e terá os mesmos três dias de duração, mas com concertos a horas certas e intervalos de cerca de um hora, "para não forçar o público a correr pelos corredores".

"Em vez de ser dedicado a um compositor ou a uma época, terá temas mais abertos, nomeadamente a instrumentos — com o piano em foco em 2007 — e com menos concertos", descreveu, sublinhando que o anterior conceito de preços acessíveis e evento para a família vai manter-se.

Concertos gratuitos na sexta-feira

A primeira edição de Os Dias da Música em Belém terá um dia gratuito para o público, na sexta-feira, que poderá entrar no CCB para tocar em pianos espalhados pelas salas, assistir a concertos de orquestras juvenis, ver DVD sobre grandes pianistas ou filmes em que o piano seja a estrela.

Quanto aos intérpretes, a grande aposta será nos portugueses — a organização já fez diversos convites, que não quis divulgar, limitando-se, por agora, a anunciar os estrangeiros que já aceitaram participar.

"Os portugueses terão uma grande presença, não tanto a nível dos solistas, que também vão participar, mas sobretudo ao nível dos intérpretes de orquestras", disse, revelando que, para além da orquestra residente, a Divino Suspiro, a Orquestra Metropolitana de Lisboa aceitou integrar o programa.

Alexandre Tharaud, Edna Stern, Elena Rozanova, Eve Egoyan, Huseyn Sermet, Oleg Marshev, Pascal Rogé, Sérgio Tiempo, Till Fellner e Uri Craine são os pianistas estrangeiros já confirmados.

O concerto inaugural será sexta-feira à noite. Nos dias seguintes, os concertos serão todas às 14h00, 16h00, 18h00 e 22h00, devendo a organização disponibilizar entre 25 mil e 27.500 bilhetes.