PSD rompe coligação com CDS-PP na Câmara de Lisboa

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Carmona Rodrigues assegura que os vereadores sociais-democratas continuarão a assumir as suas responsabilidades João Abreu Miranda/Lusa (arquivo)

Em comunicado, Carmona Rodrigues afirma que Maria José Nogueira Pinto "violou hoje um dever de lealdade e de confiança elementar na relação entre pessoas que estão unidas por um acordo político". "Em consequência, decidi retirar à doutora Maria José Nogueira Pinto todos os pelouros que lhe estavam atribuídos".

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Em comunicado, Carmona Rodrigues afirma que Maria José Nogueira Pinto "violou hoje um dever de lealdade e de confiança elementar na relação entre pessoas que estão unidas por um acordo político". "Em consequência, decidi retirar à doutora Maria José Nogueira Pinto todos os pelouros que lhe estavam atribuídos".

PSD e CDS-PP mantinham uma coligação pós-eleitoral desde 5 de Janeiro, altura em que a vereadora democrata-cristã assumiu o pelouro da Habitação Social e a responsabilidade do projecto de reabilitação da Baixa-Chiado.

O autarca afirma que o executivo continuará "a assegurar a governação da câmara com a maioria e a equipa que o povo escolheu nas eleições" autárquicas de Outubro de 2005.

Carmona Rodrigues assegura que os vereadores sociais-democratas "continuarão a assumir" as suas "responsabilidades, prosseguindo a concretização" dos seus projectos.

Nogueira Pinto remeteu para mais tarde declarações, disse o chefe de gabinete da vereadora.

Decisão surge depois de votação para a administração da Sociedade de Reabilitação da Baixa Pombalina

A decisão de Carmona Rodrigues de romper o acordo pós-eleitoral surge depois de hoje ter sido chumbado o nome de Nunes Barata para presidente do conselho de administração da Sociedade de Reabilitação (SRU) da Baixa Pombalina, em votação secreta, com nove votos contra e oito a favor.

A maioria de coligação pós-eleitoral PSD/CDS-PP na câmara lisboeta era constituída por oito vereadores do PSD e pela vereadora Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP).

Nunes Barata foi membro do Conselho de Jogos em representação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entre 2003 e 2006, instituição de que Maria José Nogueira Pinto foi provedora. Foi ainda consultor jurídico de vários presidentes da Câmara de Lisboa, entre os quais Krus Abecassis, Santos e Castro, Jorge Sampaio e João Soares.

Hoje foi apenas aprovado o nome de Teresa Margarida Lancinha Pereira, com nove votos a favor e oito contra, ficando assim inviabilizada a nomeação do novo conselho de administração da SRU, já que não pode ser indicada apenas uma pessoa.

Em Outubro, Maria José Nogueira Pinto já tinha entrado em rota de colisão com a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e líder da distrital do PSD, Paula Teixeira da Cruz.

A vereadora do CDS-PP atacou, numa reunião de Câmara, a presidente AML, acusando-a de "animar" um grupo de moradores que participaram na reunião daquele órgão e de lhes ter oferecido os seus préstimos como advogada.

Depois de uma reunião da AML em que o assunto não foi discutido porque não existia período antes da ordem do dia que o permitisse, Maria José Nogueira Pinto afirmou que só continuaria na coligação enquanto tivesse "condições de dignidade".

"O CDS-PP está nesta coligação enquanto for útil para a governação da Câmara, em condições de dignidade", disse na altura Nogueira Pinto.