Guimarães quer centro de arte contemporânea e Museu José de Guimarães

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A ministra Isabel Pires de Lima apresenta hoje em Bruxelas a cidade portuguesa Capital Europeia da Cultura para 2012 Lusa (arquivo)

À excepção do Museu José de Guimarães, estes projectos constam já do plano de investimentos anunciados na semana passada pela Câmara Municipal de Guimarães para o restante mandato do actual presidente, António Magalhães, tendo precisamente em vista o acolhimento da CEC. O Plano de Actividades 2007 da autarquia antecipa, assim, apostas "que noutras circunstâncias seriam, sem dúvida, mais graduais", lê-se no documento aprovado pelo executivo vimaranense.

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À excepção do Museu José de Guimarães, estes projectos constam já do plano de investimentos anunciados na semana passada pela Câmara Municipal de Guimarães para o restante mandato do actual presidente, António Magalhães, tendo precisamente em vista o acolhimento da CEC. O Plano de Actividades 2007 da autarquia antecipa, assim, apostas "que noutras circunstâncias seriam, sem dúvida, mais graduais", lê-se no documento aprovado pelo executivo vimaranense.

A escolha de Guimarães como a cidade portuguesa CEC em 2012 vai, aliás, ser hoje formalmente anunciada a Bruxelas pela ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, no decorrer de uma reunião com os seus homólogos europeus. A ministra apresentará a justificação da escolha do Governo português, anunciada no passado dia 7 de Outubro.

A reunião na sede da União Europeia é mais um passo formal no processo da calendarização das CEC em 2012, evento no qual Portugal terá como parceiro a Eslovénia. Paralelamente, o Ministério da Cultura tem feito com a Câmara de Guimarães reuniões preparatórias do evento. Até final de Dezembro serão escolhidos os seus responsáveis.

Os ministros europeus da Cultura vão ficar também hoje a conhecer melhor Guimarães e as características que a habilitam a receber a CEC. O dossier, elaborado conjuntamente pela autarquia e pelo ministério, realça a faceta histórica do concelho, a herança patrimonial que lhe valeu o título de património mundial da UNESCO e a rede de equipamentos culturais e turísticos de que dispõe. A dinâmica cultural da cidade é outro dos pontos fortes a apresentar em Bruxelas.

A candidatura propriamente dita, que submeterá à aprovação europeia o programa cultural, as intervenções urbanísticas e o orçamento que vão guiar a execução do projecto, deverá começar a nascer só no início do próximo ano e ser formalmente apresentada em 2008. Até final do próximo mês de Fevereiro, os organizadores da CEC 2012 terão ainda que elaborar um "relatório-proposta" a remeter ao ministério, onde constarão a definição dos conceitos de intervenção, a estrutura orgânica para a gestão do evento e um anteprojecto de orçamento.

Orçamento autárquico a pensar em 2012

A preparação do orçamento para a CEC 2012 está também dependente da eventual aceitação por Guimarães da já oferecida colaboração das cidades vizinhas Braga e Famalicão, uma questão que os responsáveis autárquicos de Guimarães consideram, para já, prematura e que só deverá ser analisada mais tarde.

Mas é evidente que o plano plurianual de investimentos e o plano de actividades da autarquia para 2007 antecipa já as apostas para a CEC. Encabeçado pelo aumento das transferências destinadas à programação cultural do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), que ascendem a três milhões de euros, este plano precoce está alicerçado num "ciclo de grandes investimentos", que até 2012 deverá colocar no terreno o desejado centro de arte contemporânea, mas também uma Casa da Memória de Guimarães e a requalificação do actual mercado da cidade, que deverá ser convertido num espaço de lazer. Em cima da mesa está também o projecto de criação de um museu dedicado ao artista plástico José Guimarães, natural da cidade, e que já se mostrou receptivo a doar o seu espólio ao concelho.

A este conjunto de valências equivale um orçamento de cerca de cinco milhões de euros.

Em termos de requalificação urbanística, sobressaem a reabilitação do centro da cidade, o arranjo urbanístico dos largos da Mumadona e do Carmo e o projecto CampUrbis, uma parceria com a Universidade do Minho com vista à recuperação da zona de Couros, actualmente uma degradada área de antigas fábricas, que deverá acolher escolas e centros de investigação. Este projecto está avaliado em 2,5 milhões de euros.