Jorge Coelho abandona Parlamento mas mantém causas defendidas na juventude
Jorge Coelho, que tinha o mandato suspenso desde Maio por motivos de saúde, entregou esta tarde, pessoalmente, ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o pedido escrito de renúncia, como obriga o Estatuto dos Deputados .
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Jorge Coelho, que tinha o mandato suspenso desde Maio por motivos de saúde, entregou esta tarde, pessoalmente, ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o pedido escrito de renúncia, como obriga o Estatuto dos Deputados .
O dirigente do PS afirmou que as razões para a renúncia são da sua "vida pessoal" e "as mesmas" que o levaram a suspender o mandato de deputado e que foi "tudo articulado com o líder do PS e com o presidente do grupo parlamentar".
À saída do encontro com Jaime Gama, Jorge Coelho disse aos jornalistas que deixa o Parlamento "com um sentimento de profundo respeito pela instituição parlamentar" e com "as mesmas causas" que o levaram "há muitos anos a estar na vida política". "Todos devem contribuir para uma sociedade onde a justiça social e a solidariedade sejam fundamentais. Os políticos, designadamente os deputados, devem trabalhar nesse sentido. Isso motivou-me quando era muito jovem e motiva-me hoje", declarou.
Defendendo a renovação do PS, Jorge Coelho abandonou também, após as presidenciais de 22 de Janeiro, as funções de coordenador da Comissão Permanente do partido, que passaram a ser exercidas pelo secretário-geral socialista, José Sócrates.
A saída da Comissão Permanente foi anunciada em Dezembro do ano passado pelo dirigente socialista, que, na altura, anunciou ainda que ficaria no Secretariado Nacional do PS apenas até ao próximo congresso, agendado para 10, 11 e 12 de Novembro, em Santarém.
Jorge Coelho fez questão de referir, então, que a sua saída da Comissão Permanente no final do "ciclo eleitoral" tinha sido combinada com José Sócrates, que se revia "por completo" na sua liderança e apoiava convictamente a política do Governo.
Hoje, o dirigente socialista confirmou que, como anunciou em Dezembro, deixará de integrar a direcção executiva do partido a partir do XV Congresso do PS, porque exige "uma disponibilidade de tempo" que não tem, mas que se manterá na Comissão Nacional e na Comissão Política.
"Continuarei a trabalhar no PS. Não é preciso ser ministro ou deputado para fazer política em Portugal. Estou na vida política e cívica, faço várias coisas em termos de combate político", frisou Jorge Coelho.