Entre-os-Rios: Jorge Coelho lamenta que a culpa "tenha morrido solteira"

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Para Jorge Coelho não é possível que 59 pessoas tenham morrido e ninguém seja responsabilizado André Kosters/Lusa (arquivo)

O Tribunal de Castelo de Paiva absolveu na passada sexta-feira os seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estava ao seu alcance para evitar o colapso da ponte de Entre-os-Rios, que ocorreu a 5 de Março de 2001 e que fez 59 mortos.

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O Tribunal de Castelo de Paiva absolveu na passada sexta-feira os seis engenheiros acusados pelo Ministério Público de não terem feito o que estava ao seu alcance para evitar o colapso da ponte de Entre-os-Rios, que ocorreu a 5 de Março de 2001 e que fez 59 mortos.

Ontem à noite, no programa Quadratura do Círculo, da SIC Notícias, Jorge Coelho lembrou que se demitiu do cargo poucas horas depois do desastre, "assumindo as responsabilidades políticas".

"Estou a verificar que, ao contrário do que desejei e de que dei exemplo na madrugada de 5 de Março de 2001, em que, horas depois do trágico desastre na ponte de Entre-os-Rios, assumindo responsabilidades políticas, me demiti do cargo de ministro com a tutela das Obras Públicas, a culpa vai morrer solteira", disse.

Para Jorge Coelho, "não é possível que 59 pessoas tenham morrido a atravessar um equipamento cuja manutenção é da responsabilidade do Estado e, feita a investigação, ninguém seja responsabilizado".

O antigo ministro disse recear que "a desresponsabilização" se torne "uma normalidade" em Portugal.

Atribuindo responsabilidades "ao modelo de funcionamento do Estado", Jorge Coelho declarou esperar que o país tenha "aprendido a lição" e que esteja a ser feita a manutenção das obras públicas.

"Sei que o que dá prémio àqueles que exercem funções, seja no Governo seja nas câmaras municipais, são as obras novas, porém todos temos a obrigação de cultivar melhor exigência na manutenção das obras em Portugal", concluiu.