Chefe do Sendero Luminoso condenado a prisão perpétua
Este é o primeiro veredicto que Abimael Guzman recebe de um tribunal civil, após a anulação, em 2003, pelo Tribunal Constitucional, de um primeiro veredicto, emanado por um tribunal militar, que o havia condenado, em 1993, a prisão perpétua por "traição à Pátria". O caso foi reaberto a 26 de Setembro de 2005, numa base de guerra no porto de Lima, diante de um tribunal especial constituído para julgar casos de terrorismo. Após onze meses de julgamento, o processo terminou ontem, com a leitura da sentença.
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Este é o primeiro veredicto que Abimael Guzman recebe de um tribunal civil, após a anulação, em 2003, pelo Tribunal Constitucional, de um primeiro veredicto, emanado por um tribunal militar, que o havia condenado, em 1993, a prisão perpétua por "traição à Pátria". O caso foi reaberto a 26 de Setembro de 2005, numa base de guerra no porto de Lima, diante de um tribunal especial constituído para julgar casos de terrorismo. Após onze meses de julgamento, o processo terminou ontem, com a leitura da sentença.
O antigo professor de filosofia, de 72 anos, detido desde 1992, permeneceu impassível aquando da leitura do veredicto, cuja leitura se prolongou por cerca de oito horas.
Outros 23 dirigentes do movimento maoísta, dos quais apenas 12 estavam presentes, foram igualmente condenados, a penas que oscilam entre os 24 e os 35 anos, à excepção de Elena Iparraguirre, a companheira de Guzman, que também foi condenada a prisão perpétua. Todos os arguidos afirmaram que vão recorrer das suas sentenças.
Fundador do Partido Comunista do Peru - Sendero Luminoso na década de 1970, Abimael Guzman dirigiu a guerrilha maoísta com mão de ferro entre 1980 e 1992, altura em que foi capturado com os seus tenentes num dos bairros periféricos de Lima.
As execuções de camponeses por parte da guerrilha valeu a Guzman a alcunha de "Pol Pot dos Andes", em referência ao dirigente do Khmer Vermelho do Cambodja.