Seguro das jóias da coroa vai chegar quatro anos depois do roubo
Isabel Pires de Lima defende que a totalidade dos 6,2 milhões de euros seja aplicada na área do património
"Havia várias questões contratuais que era preciso fechar, nomeadamente a forma como seria solucionada a questão caso as jóias voltassem a aparecer", explicou a ministra em relação ao tempo decorrido desde o roubo. Depois de quatro anos de espera, os 6,2 milhões de euros do seguro entrarão nos cofres do Estado através do Ministério das Finanças, mas a ministra não pode garantir o reencaminhamento da totalidade das verbas para o seu ministério.
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"Havia várias questões contratuais que era preciso fechar, nomeadamente a forma como seria solucionada a questão caso as jóias voltassem a aparecer", explicou a ministra em relação ao tempo decorrido desde o roubo. Depois de quatro anos de espera, os 6,2 milhões de euros do seguro entrarão nos cofres do Estado através do Ministério das Finanças, mas a ministra não pode garantir o reencaminhamento da totalidade das verbas para o seu ministério.
"O Ministério da Cultura procurará vir a ter parte inteira" dos 6,2 milhões de euros, disse a ministra, explicando que qualquer verba recebida deverá ser aplicada na área do património. "Em meu entender, as verbas só podem ser aplicadas no domínio patrimonial porque foi nessa área que a perda aconteceu."
Emprestadas pelo Palácio Nacional da Ajuda à exposição itinerante Diamante: Da Pedra Bruta à Jóia, as jóias, entre as mais importantes da coroa portuguesa e as mais valiosas da exposição, foram roubadas do Museon Haia, um museu municipal holandês. À época, vários especialistas responsabilizaram a directora do Palácio Nacional, Isabel Silveira Godinho, por ter emprestado tesouros tão importantes dos séculos XVIII e XIX para uma mostra de carácter pedagógico e agendada para espaços com poucas garantias de segurança.
Um diamante bruto de 135 quilates, o castão de bengala do rei D. José I em ouro e com 387 brilhantes, um anel com um brilhante central de 37,50 quilates, uma gargantilha com 32 brilhantes e um par de alfinetes na forma de trevos têm "poucas probabilidades" de alguma vez voltarem a aparecer, disse Pires de Lima.