Primeiro-ministro húngaro enfrenta terceira noite de protestos em Budapeste

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A manifestação de segunda-feira à noite deu origem aos piores motins ocorridos na Hungria desde 1956 Zsolt Szigetvary/EPA (arquivo)

Os manifestantes reclamam a demissão de Gyurcsany, que confessou ter mentido e ocultado o programa de austeridade que pretendia aplicar depois das eleições legislativas de Abril, com o objectivo de ganhar o escrutínio.

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Os manifestantes reclamam a demissão de Gyurcsany, que confessou ter mentido e ocultado o programa de austeridade que pretendia aplicar depois das eleições legislativas de Abril, com o objectivo de ganhar o escrutínio.

Os polícias antimotim, equipados com escudos, coletes à prova de bala, capacetes e máscaras de gás, formavam um cordão de segurança em frente ao Parlamento, enfrentando uma multidão essencialmente constituída por jovens.

O ambiente pacífico tornou-se progressivamente tenso com os discursos agressivos contra Gyurcsany.

"Demite-te, demite-te", gritava a multidão, agitando centenas de bandeiras tricolores húngaras e bandeiras vermelhas e brancas utilizadas pelo regime pró-nazi húngaro durante a Segunda Guerra Mundial.

O edifício da televisão nacional MRV, situado perto do Parlamento, foi parcialmente evacuado devido a um alerta de bomba, pouco depois de um falso alerta na sede da televisão privada HIR TV (próxima da oposição de direita), anunciou a polícia.

O primeiro-ministro socialista e o Presidente Laszlo Solyom (um independente próximo dos conservadores) avisaram os manifestantes para não ultrapassarem o limite da legalidade.

Na noite anterior, confrontos entre a polícia e centenas de manifestantes fizeram 57 feridos e deram lugar a 98 detenções, segundo as autoridades.

A manifestação de segunda-feira à noite deu origem aos piores motins ocorridos na Hungria desde 1956.

O Governo anunciou este Verão, já depois da vitória nas eleições, um programa com medidas de austeridade impopulares, tais como a subida dos impostos e reduções nos subsídios aos casais, com o objectivo de reduzir o défice público do país.