PJ investiga ligação de independentistas galegos a bombas encontradas no Minho

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PUBLICO.PT (arquivo)

Segundo disse hoje à Lusa uma fonte policial, além dos engenhos explosivos, a Guarda Nacional Republicana (GNR) local encontrou, há dias, numa antiga casa florestal em Cantelães, alguns manuais para fabrico de bombas, escritos em português e em castelhano, bem como autocolantes do grupo independentista.

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Segundo disse hoje à Lusa uma fonte policial, além dos engenhos explosivos, a Guarda Nacional Republicana (GNR) local encontrou, há dias, numa antiga casa florestal em Cantelães, alguns manuais para fabrico de bombas, escritos em português e em castelhano, bem como autocolantes do grupo independentista.

Os explosivos, que estavam prontos para serem detonados, encontravam-se no local há um mês, segundo calculam as autoridades, que procuram agora determinar se a casa foi ou não habitada recentemente.

O caso, que está a ser investigado pelas Brigadas de Explosivos e de Combate ao Banditismo, foi inicialmente comunicado à GNR por um cidadão da zona, que dele teve conhecimento por vários jovens que estiveram na casa florestal.
A GNR comunicou depois a situação à Polícia Judiciária (PJ) de Braga, que entretanto transferiu a investigação para a delegação do Porto.

Uma fonte da Guardia Civil em Tui disse à Lusa que a actividade do grupo em Portugal era desconhecida, mas considerou "normal" o aparecimento de explosivos na casa de Vieira do Minho - a 40 quilómetros da fronteira luso-espanhola da Portela do Homem, na Serra do Gerês -, dado que "em Portugal é mais fácil adquirir explosivos do que em Espanha".

O grupo político "Resistência Galega", que se manifestou pela primeira vez na Região Autónoma da Galiza, em Espanha, no ano passado, defende a independência da região, não pondo de parte o uso da violência e de métodos terroristas para a atingir.

A polícia secreta espanhola, que está já em contacto com a polícia portuguesa, segue, desde então, a actividade do grupo, nomeadamente após a publicação - durante a crise provocada pela maré negra do petroleiro "Prestige" - de um "Manifesto da Resistência Galega".

O grupo reclamava no documento ataques feitos nos últimos anos contra instituições bancárias, bem como sabotagens e atentados, com petardos artesanais, contra obras públicas (principalmente auto-estradas), camiões do Exército espanhol e sedes de partidos políticos.

Em Julho do ano passado, o grupo colocou uma bomba numa caixa Multibanco em Santiago de Compostela, um acto que resultou na detenção de dois alegados membros do grupo.

Os seus membros são maioritariamente homens jovens, com idades até aos 30 anos, que reivindicam a independência da Galiza e o uso do português, falado e escrito, como língua natural.