Stand-by: Quercus lembra que aparelhos eléctricos desligados podem consumir energia
O que os ambientalistas chamaram "consumos fantasmas e stand-by" foram registados em "quase todo o tipo de equipamentos" monitorizados nos 30 apartamentos de Lisboa, Oeiras e Sintra, no âmbito da primeira fase do projecto EcoFamílias que durou seis meses.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O que os ambientalistas chamaram "consumos fantasmas e stand-by" foram registados em "quase todo o tipo de equipamentos" monitorizados nos 30 apartamentos de Lisboa, Oeiras e Sintra, no âmbito da primeira fase do projecto EcoFamílias que durou seis meses.
"Os consumos stand-by são os das televisões ou dos vídeos quando são desligados no comando e ficam com a luz vermelha acesa. Os consumos fantasmas é que foram mais surpreendentes e registaram-se em computadores, quando desligados, e até em máquinas de lavar a loiça e roupa", afirmou Rita Antunes, coordenadora do projecto.
Segundo esta responsável, a única hipótese de evitar os gastos fantasmas é desligar a corrente daqueles equipamentos, o que pode ser feito retirando a ficha ou usando uma tomada com interruptor que pode ser desligado.
A partir dos dados recolhidos naquelas 30 habitações, a Quercus avaliou os potenciais de poupança energética das EcoFamílias, nos equipamentos eléctricos.
"As reduções nos consumos energéticos passam pela eliminação de alguns consumos de stand-by e fantasma (entre 10 a 50 por cento), substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas (até 70 por cento) e a substituição do contador simples pelo Bi-Horário", lê-se no estudo da Quercus hoje divulgado.
Estas são áreas onde a alteração de comportamentos poderá levar ao aumento da eficiência energética das famílias, com consequência directa na diminuição do valor das facturas energéticas e com ganhos ambientais associados.
O estudo concluiu também que o número de elementos das EcoFamílias não é directamente proporcional aos gastos energéticos, sendo antes os hábitos de utilização dos equipamentos e o tempo de permanência na habitação os factores mais determinantes dos consumos.
O grupo de entretenimento, composto pela televisão, aparelhagem de som, vídeo/DVD, apresenta consumos na ordem dos 16 kWh/mês, em média por EcoFamília, que corresponde a cinco por cento da factura mensal de electricidade.
O grupo de informática apresenta valores de consumo num intervalo maior entre 1 e 40 kWh/mês, enquanto o consumo de electricidade médio mensal das EcoFamílias é de 418 kWh.
No que respeita às emissões de gases de efeito de estufa (em particular de dióxido de carbono) associadas aos consumos de electricidade e gás, verificou-se uma variação muito significativa de emissões entre famílias, tal como já verificado nos consumos de energia.
"As emissões atingem nalgumas famílias valores próximos dos 800 Kg de CO2 /mês, o que se pode traduzir como uma emissão equivalente a 160 lâmpadas incandescentes de 60W ligadas 4 horas por dia, durante um mês", lê-se no estudo.
O programa EcoFamílias, com duração de um ano, entre Novembro de 2005 e Outubro de 2006 foi dividido em duas fases: a primeira fase de diagnóstico, que terminou agora, e a segunda de intervenção com vista a alteração de comportamentos (duração de 3 meses).