Natascha apareceu na TV de cara descoberta
Descreveu o seu sofrimento quando foi metida numa cela subterrânea sem luz. "Eu estava muito angustiada e muito zangada", disse. Nos primeiros momentos do seu cativeiro, num pavilhão situado nos arredores de Viena, atirou por três vezes garrafas de água contra a parede, frustrada e desesperada. Admitiu também que teria "dado em doida" se o seu raptor, Wolfgang Priklopil, não a autorizasse ocasionalmente a subir as escadas para apanhar ar após seis meses de sequestro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Descreveu o seu sofrimento quando foi metida numa cela subterrânea sem luz. "Eu estava muito angustiada e muito zangada", disse. Nos primeiros momentos do seu cativeiro, num pavilhão situado nos arredores de Viena, atirou por três vezes garrafas de água contra a parede, frustrada e desesperada. Admitiu também que teria "dado em doida" se o seu raptor, Wolfgang Priklopil, não a autorizasse ocasionalmente a subir as escadas para apanhar ar após seis meses de sequestro.
Natascha, agora com 18 anos, recordou também que o zumbido de um ventilador que bombeava ar para a sua cela era "insuportável". Revelou ainda que após ter-se evadido circulou por vários locais anonimamente para saborear um gelado. "Era muito agradável sorrir às pessoas", confessou perante as câmaras enquanto limpava os olhos com um lenço, gesto explicado como uma reacção à luz causada por um longo cativeiro na escuridão.
As questões mais íntimas, e nomeadamente as relacionadas com eventuais relações sexuais com Priklopil, não foram abordadas por vontade de Natascha.
Gravada no dia anterior em local secreto, a emissão de cerca de 40 minutos foi difundida em horário nobre (20h15 locais). A decisão de se expor publicamente foi tomada por Natascha para neutralizar futuramente o interesse dos paparazzi em fotografá-la. "A pressão tornou-se ingerível. Se não tivesse aceitado testemunhar de rosto descoberto, teria sido literalmente caçada pelos paparazzi quando regressasse à vida pública", disse o seu conselheiro de imagem, Dietmar Ecker.
Como o objectivo de Natascha é retomar o mais depressa possível uma vida normal, recusou todas as propostas de entrevistas pagas. Além da entrevista dada à televisão austríaca, aceitou falar apenas ao diário Kronen-Zeitung e ao semanário News. Os dois jornais comprometeram-se a fornecer a Natascha "uma formação, perspectivas de emprego e habitação", enquanto a ORF entregará à jovem as receitas dos direitos de retransmissão da entrevista.