Monopólio da EDP na electricidade doméstica acaba hoje

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A tendência é de forte alta para os preços dos combustíveis, e as tarifas vão ter de aumentar mais acentuadamente para o ano, de forma a começar a corrigir a subida artificialmente limitada de 2005 – 2,3 por cento, em vez de 14,7 por cento. Esta distorção de preços gerou um défice tarifário superior a 400 milhões de euros que tem de ser pago nos próximos cinco anos, com juros, e é o principal condicionamento apontado pelas empresas para a sua aposta neste mercado.

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A tendência é de forte alta para os preços dos combustíveis, e as tarifas vão ter de aumentar mais acentuadamente para o ano, de forma a começar a corrigir a subida artificialmente limitada de 2005 – 2,3 por cento, em vez de 14,7 por cento. Esta distorção de preços gerou um défice tarifário superior a 400 milhões de euros que tem de ser pago nos próximos cinco anos, com juros, e é o principal condicionamento apontado pelas empresas para a sua aposta neste mercado.

"Estamos a caminhar para uma explosão de preços a partir de 2007", antevê Nuno Ribeiro da Silva, presidente da subsidiária portuguesa da Endesa, que opera em parceria com o grupo Sonae. Há várias décadas ligado ao sector energético, Ribeiro da Silva lembra que é "a favor da liberalização", mas pede que "não se criem ilusões de que os preços vão cair [por causa dela]", face às actuais condições. Porque, afirma, "as tarifas hoje praticadas não reflectem os verdadeiros custos e esse é o problema e fundo da liberalização da baixa tensão em Portugal".

Cinco comercializadores estão neste momento registados na Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e são quem irá "recrutar" os primeiros clientes domésticos, o grupo de consumidores menos atractivo por ser o mais numeroso mas de menor gasto. Trata-se de um grupo dominado pela maiores empresas de electricidade de Espanha: a Iberdrola (www.iberdrola.com), a Unión Fenosa (www.unionfenosa.com), a Enel Viesgo (www.enelviesgo.es) e a Endesa, que preferiu associar-se à Sonae e formou a Sodesa (www.sodesa.pt). Inclui ainda a única empresa originalmente portuguesa, que pertence à (também única) incumbente, a EDP Corporate (www.corporate.edp.pt).

Quanto à EDP, a empresa avançou na passada sexta-feira com a primeira proposta comercial para os clientes do segmento doméstico, antecipando-se às empresas concorrentes, por acreditar que a liberalização do mercado e a concorrência vão ter como consequência o desenvolvimento do sector.