Sucessora de Carlos de Sousa na Câmara de Setúbal afasta eleições intercalares
"As pessoas votaram num projecto, num colectivo e ambos se mantêm, portanto, vamos aguardar pelas eleições daqui a três anos", disse Maria das Dores Meira, que assumirá a presidência da autarquia a 7 de Setembro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"As pessoas votaram num projecto, num colectivo e ambos se mantêm, portanto, vamos aguardar pelas eleições daqui a três anos", disse Maria das Dores Meira, que assumirá a presidência da autarquia a 7 de Setembro.
Relativamente às eleições intercalares reclamadas inicialmente pela oposição na sequência da renúncia de Carlos Sousa, a autarca referiu que "o PS já fez a sua concelhia e vai deixar que as coisas assim continuem e o PSD teve um recuo significativo".
A autarca não se referiu, no entanto, ao anúncio do PS-Setúbal de que vai ser pedido à Procuradoria-Geral da República para se pronunciar sobre a legalidade da renúncia ao mandato por parte de Carlos Sousa, um assunto já comentado pelo líder do PCP, Jerónimo de Sousa.
O dirigente comunista disse hoje ao visitar os trabalhos de preparação da Festa do Avante, no Seixal, que a iniciativa do PS constitui "um processo de chicana política para manter em lume brando uma situação que se resolveu".
O PSD de Setúbal, a segunda força na câmara, desistiu ontem de pedir eleições intercalares no concelho, depois de ter defendido esta solução após a renúncia de Carlos Sousa.
Maria das Dores Meira sublinhou que o PCP "funciona em colectivo e quando é tirada uma pessoa ou duas, como foi o caso, não é por isso que os projectos morrem". Questionada sobre o motivo do afastamento do autarca Carlos Sousa da presidência da câmara de Setúbal, a futura presidente adiantou que "às vezes há a necessidade de fazer substituições". Porém, sublinha que o edil "foi de facto um autarca modelo, é um património do PCP e com muito trabalho feito, com muito mérito, que mobilizou e dinamizou tudo o que foi poder local e isso não pode ser esquecido".
O presidente da Câmara de Setúbal, Carlos de Sousa, e o vereador Aranha Figueiredo renunciaram aos cargos que ocupavam na autarquia desde as eleições autárquicas de 2001, correspondendo ao pedido que lhes foi feito nesse sentido pela comissão concelhia de Setúbal do PCP.
O Partido Comunista justificou a substituição dos dois autarcas com a necessidade de "renovar energias, rejuvenescer e reforçar a equipa para melhor enfrentar os desafios num quadro de adversidade causada pela herança e gestão ruinosa do PS, bem como pelas políticas de sucessivos governos".