Uganda: Governo e rebelião assinam acordo mútuo para fim das hostilidades
O acordo entrará em vigor na terça-feira às 06h00 locais (03h00 em Lisboa).
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O acordo entrará em vigor na terça-feira às 06h00 locais (03h00 em Lisboa).
“Conseguimos chegar a uma etapa irreversível na procura da paz para este conflito”, comentou hoje o ministro do Interior, Ruhakana Rugunda, líder da delegação governamental nas negociações de paz que se realizam em Juba, capital do Sul do Sudão, sob a mediação do Governo sudanês.
Este acordo representa “um compromisso do Governo ugandês para pôr fim a esta guerra de forma decisiva e pacífica (...) e ao sofrimento das populações”, acrescentou.
Considera como a “crise humanitária mais ignorada do mundo de hoje” pelo secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários, Jan Egeland, este conflito fez dezenas de milhares de mortos e dois milhões de deslocados.
As tréguas foram assinadas em Juba às 13h00 locais (10h00 em Lisboa) por Rugunda e pelo líder da delegação do LRA, Martin Ojul.
“As partes aceitaram o cessar de todas as acções militares hostis (...) e qualquer acção que possa deitar por terra as negociações de paz”, segundo o texto do acordo.
O acordo prevê que os combatentes do LRA – espalhados pelo Uganda e Sudão - se reúnam em dois pontos do país no espaço de três semanas. O Governo comprometeu-se a ordenar às suas tropas para garantirem a segurança do LRA.
Martin Ojul fez saber que o líder do alto comando da rebelião, Joseph Kony, está “muito satisfeito com o acordo”.
“Esta cessação das hostilidades era o nosso principal objectivo (...). As negociações de paz conhecem altos e baixos, mas hoje é um grande dia. Estamos no bom caminho”, disse Ojul.
A 4 de Agosto, o LRA declarou um “cessar unilateral das hostilidades” contra o Exército do Uganda. Só hoje este aceitou fazer o mesmo.
O LRA, que há 18 anos tenta derrubar o Presidente ugandês Yoweri Museveni, é conhecido pelas suas atrocidades em crianças, raptadas para se tornarem combatentes ou escravas sexuais. Cinco dos seus combatentes, entre eles Kony e Otti, são procurados pelo Tribunal Penal Internacional.