Cristovão Colombo: Governo da República Dominicana rejeita resultados das análises de ADN

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Os testes comprovam que as ossadas de Sevilha são de Colombo Carlos Lopes/PÚBLICO

Em comunicado, o Ministério da Cultura local afirma que não reconhece os resultados como prova final de autenticidade se não forem cumpridos os requisitos que o Governo dominicano estabeleceu para a sua validação.

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Em comunicado, o Ministério da Cultura local afirma que não reconhece os resultados como prova final de autenticidade se não forem cumpridos os requisitos que o Governo dominicano estabeleceu para a sua validação.

A República Dominicana afirma que não é obrigada a aceitar os resultados porque as análises foram realizadas "por um grupo privado com interesses particulares", sem a participação de nenhum representante dominicano.

"Não foi celebrado nenhum protocolo entre os governos de Espanha e da República Dominicana para realizar estudos, tants dos restos mortais que se encontram em Sevilha, como dos que se encontram em Santo Domingo", refere o comunicado.

O investigador espanhol José António Lorente, director do laboratório de Identificação Genética da Universidade de Granada, em Espanha, garantiu no domingo que os restos que se encontram em Sevilha são os de Cristóvão Colombo. "Já não são necessários" outros dados para dizer que os ossos em causa são do célebre navegador, garantiu Lorente à agência EFE, em Madrid.

A equipa espanhola de investigadores, que há vários anos tentava estabelecer se os restos mortais que estão em Sevilha pertenciam ao descobridor da América, quis analisar outros restos conservados em Santo Domingo, mas as autoridades dominicanas negaram a autorização.

No entanto, o Ministério da Cultura dominicano afirma no seu comunicado que não se opõe, em princípio, ao estudo dos restos mortais de Colombo que supostamente se encontram em Santo Domingo. Mas tal exigiria um protocolo entre Espanha e a República Dominicana e que a equipa de investigadores incluísse cientistas dos dois países e de outras nações.

As análises da equipa de Lorente incidiram no ADN dos restos conservados em Sevilha; nos supostamente pertencentes a Diego, um dos irmãos conhecidos de Colombo, depositados na ilha sevilhana de Cartuxa; e nos atribuídos ao navegador e ao seu filho natural Fernando, enterrados na catedral.

Cristóvão Colombo foi sepultado em Valladolid, mas os seus restos mortais foram trasladados para Sevilha, e em 1541 para Santo Domingo, a espensas da nora, a vice-rainha Maria de Toledo.

Mais tarde, em 1795, quando Santo Domingo caiu em poder de França, as autoridades espanholas enviaram os ossos do navegador para Havana, e em 1898, quando Cuba foi ocupada pelos norte-americanos, os restos mortais foram devolvido a Sevilha, em cuja catedral ficaram depositados.

Mas uma urna de chumbo com o nome de Colombo, descoberta em 1877 na catedral de Santo Domingo, levou desde então as autoridades dominicanas a insistir que os espanhóis se enganaram nas ossadas, levando para Havana os restos de Fernando Colombo, único filho legítimo do navegante, e não os do pai.