Vinte mil portugueses sofrem de excesso de colesterol de origem genética

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Se o problema for detectado mais cedo pode ajudar os doentes a lidar melhor com o colesterol Dulce Fernandes/PÚBLICO (arquivo)

De acordo com o jornal, que cita um estudo inédito da investigadora Mafalda Bourbon, do Instituto Nacional Ricardo Jorge, os 20 mil portugueses que sofrem da doença desconhecem o seu problema porque não existe em Portugal diagnóstico precoce.

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De acordo com o jornal, que cita um estudo inédito da investigadora Mafalda Bourbon, do Instituto Nacional Ricardo Jorge, os 20 mil portugueses que sofrem da doença desconhecem o seu problema porque não existe em Portugal diagnóstico precoce.

A investigadora considera que estes doentes são incluídos tardiamente no rol dos doentes com hábitos de vida de risco e que necessitam de tratamentos e intervenções que seriam evitáveis se a doença fosse detectada mais cedo.

O jornal adianta que a investigadora vai tentar nos próximos três anos convencer o Serviço Nacional de Saúde a incluir o diagnóstico da "hipercolesterolemia familiar" (HCF).

A estudiosa aponta também vantagens económicas para a detecção atempada desta doença, dado que "fica mais barato identificar precocemente e tratar os doentes com HCF do que mais tarde pagar cirurgias cardiovasculares complexas e dispendiosas".

Isto "sem contar o custo social e familiar por se tratar de pessoas que vão morrer cedo", diz Mafalda Bourbon.

Segundo dados fornecidos pela investigadora, um teste para detectar a HCF custa em Portugal quase 500 euros e os portugueses gastam entre 50 a 100 euros mensais em tratamentos, comparticipados em 40 por cento pelo Estado, que poderia poupar parte deste dinheiro se a doença fosse despistada mais cedo.

Em Espanha, diz Mafalda Bourbon, os doentes gastam apenas quatro euros.