Portugal perde com a Alemanha e termina o Mundial em quarto lugar
O habitual suplente Bastian Schweinsteiger, com dois golos e meio (marcou aos 56 e 78 minutos e rematou para um desvio infeliz de Petit, aos 61) infligiu a Portugal a mais pesada derrota de sempre em Mundiais, a par da sofrida frente a Marrocos, no México 86.
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O habitual suplente Bastian Schweinsteiger, com dois golos e meio (marcou aos 56 e 78 minutos e rematou para um desvio infeliz de Petit, aos 61) infligiu a Portugal a mais pesada derrota de sempre em Mundiais, a par da sofrida frente a Marrocos, no México 86.
A formação germânica mereceu o resultado, mas não foi tão superior como o resultado deixa transparecer, mostrando grande eficácia, ao contrário da formação portuguesa, que ainda assim logrou marcar, por Nuno Gomes, ao fim de 365 minutos de seca.
Como já tinha acontecido nas anteriores três vezes (Mundiais de 1966 e 2002 e Europeu de 1984), Portugal perdeu com a equipa da casa, em mais um jogo em que Pauleta não justificou o estatuto de melhor marcador da história da selecção nacional.
Num embate em que sofreu mais golos (três) do que em todos os outros seis jogos (dois), a formação portuguesa foi, sobretudo, vítima da inspiração individual de um jogador, algo que Portugal raramente teve em toda a prova.
Em relação ao embate com a França, Scolari trocou o lesionado Miguel por Paulo Ferreira e o castigado Ricardo Carvalho pelo estreante Ricardo Costa, como se esperava, num onze que teve como grande novidade a ausência de Figo, substituído por Simão.
Empurrada por um público em delírio, a formação da casa entrou a dominar e teve uma boa ocasião aos cinco minutos, quando, após um livre marcado por Schneider, Kehl rematou à entrada da área, valendo a Portugal um precioso corte de Nuno Valente.
O domínio alemão durou até aos 15 minutos, altura em que Pauleta, isolado por Simão, permitiu a defesa a Kahn: Portugal mostrou que estava presente e passou a jogar perto da área contrária, sucedendo-se os remates, embora invariavelmente contra a defesa.
Este estado de coisas não durou mais de cinco minutos, prevalecendo o equilíbrio até ao intervalo, com Kehl, aos 20, e Schweinsteiger, aos 25, a fazerem Ricardo brilhar. Deco respondeu aos 31, com um remate em jeito, que não falhou o alvo por muito, e aos 36, na marcação de um canto que Simão quase desviou para a baliza.
Apareceu Bastian SchweinsteigerPara a segunda metade, Scolari trocou Costinha - que já tinha amarelo e ameaçava o segundo vermelho no Mundial - por Petit e Portugal entrou muito bem, ameaçando num livre de Simão e em mais uma tentativa frustrada de Pauleta, bem servido por Ronaldo.
A equipa portuguesa estava por cima, mas, aos 56 minutos, tudo mudou: Schweinsteiger recebeu a bola sobre a esquerda, passou dois jogadores portugueses, flectindo para o centro, e rematou muito forte. A bola acabou por passar bem perto de Ricardo.
Com o golo, os germânicos empolgaram-se e, depois de uma primeira tentativa de Lahm, num remate de primeira aos 60 minutos, aumentaram a vantagem aos 61, num livre do autor do tento inaugural, que Petit desviou para o fundo das redes.
O encontro acabou praticamente nesse instante, mas Portugal reagiu de pronto, num remate de Deco negado por uma grande defesa de Oliver Kahn, em dia de despedida. Pouco depois, Scolari ainda tentou o impossível: saiu Nuno Valente e entrou Nuno Gomes, passando Paulo Ferreira para a esquerda e Petit para defesa direito.
A formação portuguesa passou a jogar no risco e, aos 78 minutos, Schweinsteiger acabou, em definitivo, com o encontro, em mais um pontapé poderoso de fora da área, à imagem dos golos anteriores, que Ricardo não conseguiu suster.
Na parte final, o onze português continuou a tentar e logrou ainda marcar o golo de honra: Figo, que entrara aos 77 minutos para o lugar de Pauleta, centrou da direita e Nuno Gomes surgiu no sítio certo a facturar (24º golo na selecção).
O encontro terminou pouco depois do sétimo e último tento de Portugal no Mundial 2006, com a natural festa dos germânicos e o conformismo da equipa portuguesa.
"Magriços" continuam a deter a melhor marca em MundiaisPortugal não conseguiu, assim, repetir a excelente campanha do Mundial de 1966, em Inglaterra, em que os "magriços" conquistaram o terceiro lugar, com uma vitória sobre a ex-União Soviética, por 2-1.
Apesar de tudo, esta foi a segunda melhor participação de sempre de Portugal no Campeonato do Mundo, depois de nas outras duas participações (1986 e 2002) não ter passado da primeira fase.
Por seu turno, a Alemanha, que já venceu o Mundial por três vezes (1954, 1974 e 1990), conquistou a terceira medalha de bronze do seu currículo.
No segundo Mundial da história, em 1934, a Alemanha venceu a Áustria, por 3-2, e em 1970 derrotou o Uruguai, por 1-0, tendo sido apenas derrotada no jogo de consolação em 1970, frente à França, por 6-3, naquele que foi o jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugar com mais golos.
Com esta vitória, a Alemanha vingou a derrota por 3-0 no último encontro oficial entre as duas equipas, na última jornada da fase de grupos do Euro 2000, disputado na Holanda e na Bélgica.
Ficha de jogoEstádio Gottlieb-Daimler, em EstugardaAssistência: 52 mil espectadores
Ao intervalo: 0-0
Golos: Schweinsteiger (56’, 78’), Petit p.b. (61’), Nuno Gomes (88’)
Kahn (Cap.), Jansen, Huth, Schweinsteiger (79'), Frings, Klose (65’), Lahm, Schneider, Podolski (71’), Metzelder.Suplentes utilizados: Neuville (65’), Hanke (71’), Hitzlsperger (79')
- Portugal:
Ricardo, Paulo Ferreira, Ricardo Costa, Fernando Meira, Costinha (46’), Pauleta (Cap.) (77’), Simão Sabrosa, Nuno Valente (69’), Cristiano Ronaldo, Maniche, Deco.Suplentes utilizados: Petit (46’), Nuno Gomes (69’), Figo (77’)
Árbitro: Toru Kamikawa (Japão)Acção disciplinar: Cartão amarelo para Torsten Frings (7’), Ricardo Costa (24’), Costinha (33’), Paulo Ferreira (59’), Schweinsteiger (78’)