Eleição do Presidente italiano em discussão

Foto
Romano Prodi manteve ontem difíceis negociações com a direita, para tentar encontrar um candidato de consenso Alessandro Di Meo/EPA

A primeira votação inicia-se às 14h00 em Montecitorio, o hemiciclo da câmara dos deputados onde os 1010 grandes eleitores - deputados, senadores e representantes das 20 regiões - foram convocados para designar o sucessor de Carlo Azeglio Ciampi.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A primeira votação inicia-se às 14h00 em Montecitorio, o hemiciclo da câmara dos deputados onde os 1010 grandes eleitores - deputados, senadores e representantes das 20 regiões - foram convocados para designar o sucessor de Carlo Azeglio Ciampi.

Para hoje, está apenas prevista uma única volta do escrutínio, que se deverá prolongar por várias horas. Para serem eleitos, os candidatos devem obter 674 votos e garantirem a obrigatória maioria de dois terços. Para amanhã estão previstos dois outros escrutínios, onde também deve ser confirmada uma maioria de dois terços.

A partir da quarta volta, programada para quarta-feira, a eleição será feita por maioria absoluta. O candidato de esquerda deverá obter 506 votos, mas a coligação que se reúne em torno do futuro primeiro-ministro garante 514 eleitos. O principal pretendente da esquerda para a presidência é Massimo d"Alema, 57 anos, chefe de dois governos entre 1998 e 2000 e presidente do partido dos Democratas de Esquerda, formação proveniente do Partido Comunista italiano.

D"Alema foi o único nome até agora sugerido por Prodi, e pode garantir a sua eleição na quarta ronda da votação, mas a direita recusou a sugestão. "A proposta de um político de um partido de esquerda é simplesmente indecente", repetiu ontem Sílvio Berlusconi, chefe do Governo demissionário e líder da coligação da direita, no decurso de um encontro político em Milão.

Apesar dos seus poderes serem reduzidos, o Presidente é o garante da unidade do país, e a Itália permanece muito dividida na sequência das legislativas de Abril passado, ganhas pela coligação de esquerda, que também garantiu uma curta maioria no Senado.