Tchernobil: Greenpeace aponta para 93 mil vítimas mortais de cancro

Foto
A catástrofe de Tchernobil ocorreu a 26 de Abril de 1986 Sergey Dolzhenko/EPA

O relatório da ONU, publicado em Setembro de 2005, estima até quatro mil o número possível de mortes imputáveis às radiações nas populações mais expostas. Este número, “nega a gravidade do acidente e ignora o sofrimento de inúmeras pessoas”, comentou Thomas Breuer, especialista em nuclear da Greenpeace, em conferência de imprensa em Berlim.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O relatório da ONU, publicado em Setembro de 2005, estima até quatro mil o número possível de mortes imputáveis às radiações nas populações mais expostas. Este número, “nega a gravidade do acidente e ignora o sofrimento de inúmeras pessoas”, comentou Thomas Breuer, especialista em nuclear da Greenpeace, em conferência de imprensa em Berlim.

A organização ecologista estima em 200 mil o número potencial de mortes na Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, entre 1990 e 2004, devido a cancros e outras doenças.

O acidente de Tchernobil de 26 de Abril de 1986 causou, não apenas, um aumento dos casos de cancro mas também um alargar do campo de acção de doenças respiratórias, digestivas, circulação sanguínea e anomalias do sistema imunitário, segundo o relatório da Greenpeace publicado hoje em Kiev e Amesterdão.

“Algumas doenças demoram 20, 30 ou mesmo 50 anos a declararem-se”, lembra a Greenpeace.

A organização apela à comunidade internacional para “abandonar a energia nuclear” e à Agência Internacional de Energia Atómica para “parar de promover a utilização do nuclear”.

“A nossa geração viu como a catástrofe começou mas não verá o seu fim”, conclui o relatório.

Cruz Vermelha alerta para falta de fundos para ajudar vítimas

A Cruz Vermelha anunciou hoje que ainda falta metade dos fundos necessários para continuar este ano o seu programa de ajuda às vítimas de Tchernobil.

Uma porta-voz da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho disse que apenas foi recebido metade dos 768 mil euros necessários para o seu programa realizado na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia.

Até ao momento, apenas a Irlanda disponibilizou fundos, uma soma de 500 mil euros para 2006 e 2007.

A catástrofe de Tchernobil ocorreu a 26 de Abril de 1986. A Cruz Vermelha lançou o seu programa de ajuda quatro anos mais tarde. Este consiste na despistagem de cancro da tiróide junto dos habitantes das zonas atingidas.

O programa intensivo permite um tratamento precoce dos cancros, salientou a organização.