Jogadores do Marselha dopados na final da Liga dos Campeões de 1993
“Antes da final de Munique, pediram-nos para ficar em linha e recebemos uma injecção”, contou Eydelie em entrevista à “L’Équipe Magazine”, nomeando apenas uma excepção: “Rudi Voeller recusou. Ele gritou com todos”. Nessa partida, o Marselha alinhou com alguns jogadores que se tornaram famosos, como Didier Deschamps, Marcel Desailly, Fabian Barthez, Jocelyn Angloma e Alen Boksic.
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“Antes da final de Munique, pediram-nos para ficar em linha e recebemos uma injecção”, contou Eydelie em entrevista à “L’Équipe Magazine”, nomeando apenas uma excepção: “Rudi Voeller recusou. Ele gritou com todos”. Nessa partida, o Marselha alinhou com alguns jogadores que se tornaram famosos, como Didier Deschamps, Marcel Desailly, Fabian Barthez, Jocelyn Angloma e Alen Boksic.
Contra o CSKA, ainda na fase de grupos, os marselheses venceram por 6-0, depois a água dos jogadores do clube russo ter sido adulterada: “Os nossos dirigentes roubaram paletes de água dos jogadores moscovitas. Diante de nós, com um largo sorriso, pegaram numa seringa com uma agulha muito fina e injectaram não sei o quê através das tampas”, contou Eydelie.
Ainda segundo o ex-jogador, o uso de substâncias proibidas era comum no futebol enquanto jogou, nos anos 80 e 90. “O doping... viu-o em todos os clubes pelos quais passei, à excepção do Bastia”.
Após a entrevista de Eydelie, o vice-presidente do AC Milan, afirmou esperar que a UEFA (União Europeia de Futebol) investigue. “Se não o fizer, nós pediremos oficialmente por um inquérito, porque queremos que a justiça seja feita e que o troféu seja entregue ao AC Milan se certos factos forem provados”, afirmou Adriano Galliani à AP.
CorrupçãoNo Marselha, a dopagem era tão normal como a corrupção e a falsificação de resultados, prática que levou clube a perder o título francês ganho nesse ano e a descer de divisão, por ter corrompido jogadores adversários antes de um jogo com o Valenciennes.
De acordo com Eydelie, a maioria dos jogadores que passaram pelo Marselha participou neste tipo de esquemas, instituídos pelo presidente Bernard Tapie. “Foi pedido a todos, num momento ou noutro, que passássemos uma ‘ajuda’ a um antigo colega de equipa ou a um companheiro para ‘se arranjar’. Ou que pedíssemos a um ou mais adversários para ‘levantarem o pé’”. [...] Todos os jogadores do Olympique de Marselha sabiam, a maioria participava mesmo nesses ‘arranjos’”, vincou o ex-futebolista.