Associação de Agências de Viagem e Turismo reitera "sérias reservas" ao aeroporto da Ota
Falando no 31º Congresso da APAVT, que hoje começou na capital moçambicana, Maputo, o presidente da associação, Vítor Filipe, fez depender a mudança de posição da Associação da calendarização das obras de requalificação do actual aeroporto da Portela.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Falando no 31º Congresso da APAVT, que hoje começou na capital moçambicana, Maputo, o presidente da associação, Vítor Filipe, fez depender a mudança de posição da Associação da calendarização das obras de requalificação do actual aeroporto da Portela.
As obras, disse, são inevitáveis "para assegurar a melhor qualidade de serviço até que o novo aeroporto entre em funcionamento".
Vítor Filipe exigiu igualmente que o Governo confirme que vai haver um "vaivém" ferroviário, com tarifas atraentes e viagens de 17 minutos, entre o novo aeroporto e a cidade de Lisboa e que não sejam criadas taxas adicionais aos clientes da APAVT para financiar a estrutura da Ota.
O pacote reivindicativo da APAVT exige ainda ao Governo que crie condições para que o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, não sofra impacto negativo com a construção da Ota e que se mantenha como "o aeroporto de referência no noroeste da Península Ibérica".
Durante o seu discurso, Vítor Filipe referiu-se ao actual processo de alteração da lei das agências de viagens, considerando que o Estado "não tem vocação para resolver conflitos de consumo" e que o provedor do cliente deverá poder solicitar o accionamentos de cauções.
Presente na sessão de abertura do congresso, o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, assegurou que o Governo está "profundamente envolvido" nesse processo de revisão da legislação do sector.
"Queremos clarificar papéis e valorizar o papel das agências de viagens enquanto veículos privilegiados para a colocação dos produtos turísticos no exterior", disse Bernardo Trindade.
O secretário de Estado adiantou que o Governo pretende que as agências de viagens sejam canais privilegiados para a divulgação dos produtos turísticos nacionais, através das novas tecnologias.
O congresso prossegue amanhã com a realização do painel temático sobre o turismo como factor de desenvolvimento económico e social, que reúne personalidades do sector e governantes portugueses e moçambicanos.
À tarde, os ex-secretários de estado do Turismo Vítor Neto e Luís Correia da Silva debatem com o ex-ministro do Turismo Telmo Correia o tema "Portugal: qualificar para gerar".