Espanha atira ónus do atraso do TGV para Portugal
A delegação de Espanha passou a mensagem de que "compreende e respeita profundamente" o adiamento defendido por Portugal dado "o contexto económico" e que, pela sua parte, conseguiriam cumprir as datas que tinham ficado definidas na cimeira da Figueira da Foz (as primeiras metas eram Porto-Vigo, em 2009, e Lisboa-Madrid, em 2010). O director-geral de informações internacionais da Moncloa, Javier Valenzuela, afirmou que, contando com "as derrapagens tradicionais", "pela parte espanhola, não há nenhum problema" em cumprir este calendário. O Governo português já tinha, entretanto, classificado estas datas de "irrealistas".
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A delegação de Espanha passou a mensagem de que "compreende e respeita profundamente" o adiamento defendido por Portugal dado "o contexto económico" e que, pela sua parte, conseguiriam cumprir as datas que tinham ficado definidas na cimeira da Figueira da Foz (as primeiras metas eram Porto-Vigo, em 2009, e Lisboa-Madrid, em 2010). O director-geral de informações internacionais da Moncloa, Javier Valenzuela, afirmou que, contando com "as derrapagens tradicionais", "pela parte espanhola, não há nenhum problema" em cumprir este calendário. O Governo português já tinha, entretanto, classificado estas datas de "irrealistas".
Os dois países aproveitam esta cimeira também para fazer mais pressão sobre a presidência inglesa da União Europeia (UE). No próximo mês realiza-se um conselho europeu para aprovar (se houver acordo) as perspectivas financeiras da UE para 2007-13. As negociações arrastam-se com os países grandes a recusarem abrir muito os cordões à bolsa, dado o alargamento a Leste, e o grupo de países dos Amigos da Coesão, de que Portugal e Espanha fazem parte, a reclamarem não serem dos mais penalizados com esse alargamento.
Em vésperas de uma reunião decisiva, os países ibéricos aproveitam hoje para reforçar a necessidade de haver um consenso já em Dezembro, lembrando que os dois países, que muito beneficiam do Fundo de Coesão, não podem ser os sacrificados. Sem pedir explicitamente o fim do "cheque britânico", deverão insistir em que o impasse para alcançar um acordo está a pôr em causa o próprio planeamento e programação da Agenda de Lisboa.
Instituto ibérico para a investigaçãoA estratégia passa ainda por, perdendo verbas do Fundo de Coesão e da Política Agrícola Comum, os dois países virem a beneficiar de outros fundos no capítulo da ciência e investigação (uma das linhas da Agenda de Lisboa), que, aliás, foi a área privilegiada na cimeira luso-espanhola. Mostrando-se empenhados em apostar na ciência e investigação, semanas antes de mais um conselho europeu, os dois responsáveis assinarão hoje cerca de dez protocolos sobre mobilidade de investigadores, sociedade de informação, I e D, física nuclear e de partículas, entre outros. Será também anunciada a criação de um instituto ibérico para a investigação.
O primeiro dia de trabalho da cimeira, que decorreu sob fortes medidas de segurança no Convento do Espinheiro, convertido recentemente num hotel, foi preenchido com um encontro dos dois chefes de Governo e de reuniões sectoriais dos ministros. Um dos temas abordados entre Sócrates e Zapatero foi a imigração, tendo ambos sublinhado a importância da cimeira de Barcelona, em Dezembro, e a realização de uma reunião euro-africana apenas sobre a imigração.